terça-feira, 16 de outubro de 2007

DINÂMICA POPULACIONAL DO BAGRE GURIBU (Hexanematichthys herzbergii) (TELEOSTEI, ARIIDAE) do estuário do Rio Anil (Maranhão-Brasil)

Por:Evaristo Silva Araújo Júnior, Antonio Carlos Leal de Castro, Milton Gonçalves da Silva Júnior

O presente estudo aborda a avaliação de estoque do Hexanematichthys herzbergii no estuário do rio Anil, com relação às estimativas de crescimento, mortalidade e taxa de explotação da espécie. Foram realizadas capturas bimestrais nos períodos de maio de 2000 a janeiro de 2003, utilizando redes de emalhar em quatro pontos de coleta no estuário. Foram capturados 9.828 indivíduos, com comprimentos variando entre as classes de 10,0 e 49,2 cm, sendo mais freqüentes entre as classes de 14,8 e 22,8 cm. As análises foram efetuadas a partir de dados de frequência de comprimento, através das rotinas incluídas no pacote FISAT (FAO/ ICLARM Stock Assessment Tools). Os parâmetros de crescimento da equação de von Bertalanffy foram estimados para todo o período, sendo L8= 51,05 cm, K= 0,15 ano-1, C= 0,2 e Wp= 0,6. A taxa de mortalidade total (Z), calculada pela curva de captura e por métodos baseados no comprimento médio dos indivíduos capturados, foi de 0,89 ano-1. A taxa de mortalidade natural (M), estimada pela equação empírica de Pauly, foi de 0,43 ano-1, e a taxa de mortalidade por pesca (F) foi de 0,46 ano-1. A taxa de explotação foi de E=0,52 ano”1, mostrando que o estoque está sendo capturado com um certo grau de intensidade. De acordo com a curva de probabilidade de captura foi estimado o comprimento médio de primeira captura (L-50) de 13,88 cm.

Nota: Hexanematichthys herzbergii = Sciades herzbergii

CARACTERÍSTICAS, OPERACIONALIDADE E PRODUÇÃO DA FROTA SERREIRA NO MUNICÍPIO DA RAPOSA - MA

Por: Elizabeth Galvão Soares, Antonio Carlos Leal de Castro, Milton Gonçalves da Silva Júnior

Este trabalho aborda as características, operacionalidade e produção pesqueira da frota serreira, no município da Raposa, no período de março a dezembro de 2003, com desembarques nos portos da Praia da Raposa e Braga. Os dados utilizados são provenientes da Capitania dos Portos do Maranhão, Programa Revizee (Recursos Vivos da Zona Econômica exclusiva) e da comunidade de pescadores do município. Os barcos foram agrupados em duas categorias: pequenos - com comprimento total máximo em torno de 10m; grandes - com comprimento total superior a 10m. Barcos pequenos e grandes operam com autonomia de até 15 dias de mar/mês. Esta frota está composta por 354 embarcações. Definiram-se em função do tamanho, forma e modo de operação 5 tipos de embarcações da frota que são: 1 - biana aberta; 2 - biana fechada; 3 - bote; 4 - casco; 5 - barcos de fibra. Os últimos controles de desembarques no município efetuados nos anos de 1999 e 2000, registraram uma produção média da frota de 9.718,51 ton/ano e 6.549,9 ton/ano, respectivamente.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

VII Congressso Venezuelano de Ecologia




De 5 a 9 de novembro de 2007, acontecerá na cidade de Gayana o VII Congressso Venezuelano de Ecologia. Com o tema central: “A sociedade é parte do ecossistema”, o comitê organizador do evento convida pesquisadores para quatro dias de discussão e reflexão sobre o papel do ser humano como integrante dos ecossistemas e a necessidade de trabalhos que possam gerar conhecimentos básicos.



Maiores informações no site: http://www.cvecologia.org/



Boas novas sobre Urotrygon microphthalmum Delsman, 1941




Em julho postei um artigo sobre a raia de fogo aqui no blog, onde comentava sobre seu desaparecimento em João Pesssoa na Paraíba e na Raposa, município localizado na Ilha do Maranhão. Neste mesmo artigo planejava uma nova viajem a fim de confirmar sua presença em Tutóia, outro município maranhense. Aproveitando este último feriado bastante prolongado visitei o belo litoral de Tutóia, onde fui recarregar minhas baterias, colocar minha vida em ordem e claro entrevistar os pescadores...Para minha felicidade as raias de fogo ainda estão muito presentes e abundantes no litoral, podendo ser encontradas em maior quantidade no período das chuvas, próximo a costa, de fácil acesso, onde podem ser capturadas na pesca costeira de camarões.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

ELASMOBRÂNQUIOS NO MARANHÃO: BIOLOGIA, PESCA E OCORRÊNCIA.

Por: Zafira da Silva de Almeida, Jorge Luiz Silva Nunes e Alexsandra Paz
A frota pesqueira do Maranhão é bastante heterogênea quanto as formas e tipos de embarcações, sendo tradicionalmente artesanal, as exceções são as COPAMAs embarcações de fibra de vidro com 12m de comprimento, normalmente com motor de 75Hp, sofisticada instrumentação de navegação e autonomia de 14 dias no mar. Apesar de existir uma diversificada condrofauna, com 16 espécies de raias distribuídas em 8 famílias e 19 espécies de tubarões pertencentes a 3 famílias, a pesca n litoral maranhense, na sua maioria é acidental e seus subprodutos são pouco aproveitados. A nadadeira (barbatana) é o produto mais explorado nos elasmobrânquios, principalmente em tubarões, existindo um grande comércio de exportação para o Japão e a China. A prática proibida do finning, que consiste na retirada das barbatanas e devolução do animal para o mar, é muito comum na pescarias locais, assim como em outros Estados brasileiros; assim fica evidenciado a necessidade de leis que possam proteger estes recursos e de uma fiscalização rigorosa no litoral maranhense.

ASPECTOS ALIMENTARES DE Dasyatis guttata (ELASMOBRANCHII, DASYATIDAE) NA COSTA MARANHENSE

Por: Raimunda Nonata Fortes Carvalho Neta e Zafira da Silva de Almeida
O presente estudo descreve o hábito alimentar da raia Dasyatis guttata, encontrada no litoral do Maranhão, no período de setembro de 1997 a fevereiro de 1999. A arte de pesca utilizada foi a rede de emalhar de deriva com tamanho médio de 2.500 m e altura de 2,5 m e malha de grilon com abertura de 50 mm, sendo que a profundidade do mar nos locais de captura variou de 2 a 5 metros. Verificou-se os aspectos quali-quantitativos do regime alimentar de Dasyatis guttata, visando determinar os ítens preferidos pela espécie. Tanto machos quanto fêmeas alimentaram-se principalmente de braquiúros, seguidos de poliquetas, peixes e larvas de decápodos. O item priapulida, encontrado apenas em fêmeas, ainda não tinha sido relatado na alimentação da espécie estudada, mas devido ao baixo percentual de ocorrência (1%), pode-se inferir que é um alimento ocasional e não faz parte da sua dieta normal. Em relação à idade, constatou-se um padrão idêntico para a alimentação de indivíduos jovens e adultos. Com base nestes resultados, consideramos Dasyatis guttata um predador com comportamento alimentar oportunista, não sendo constatadas variações ontogenética e sexual nos exemplares analisados.
The study it describes the alimentary habit of the Dasyatis guttata ray, found in the coast of the Maranhão, in the period of september of 1997 the february of 1999. The practice of fishing used was the threshing net left adrift with average size of 2.500 meters and 2,5 meters height of and mesh of grilon with aperture of 50 mm, being that depth of the sea in the capture places the 5 meters had varied of 2 meters. One verified the quali-quantitative aspects of the alimentary regimen of Dasyatis guttata, aiming at to determine the item preferred for the species. In such a way male as female they had been fed mainly of brachyurans, followed of poliychaets, fish and larvae of decápodos. The priapulida, found only in females, had still not been told in the feed of the studied species, but had to the low percentage of occurrence (1%), it can be inferred that it is an occasional food and is not part of its normal diet. In relation to the age, an identical standard for the feed of young individuals and was evidenced adult individuals. With base in these results, we consider Dasyatis guttata a predator with opportunist alimentary behavior, not being evidenced variations how much the age and how much to the sex in the analyzed units.

ALIMENTAÇÃO DE Carcharhinus acronotus (ELASMOBRANCHII: CARCHARHINIDAE) DA COSTA DO MARANHÃO, BRASIL


Por: Clara Maria Lima da Silva e Zafira da silva de Almeida


A espécie Carcharhinus acronotus Poey, 1861 é um tubarão de médio porte, pertencente à família Carcharhinidae, comumente capturado no litoral maranhense, através da pesca artesanal que utiliza rede de emalhar de deriva. Realizou-se o estudo da dieta de 34 exemplares de C. acronotus capturados no período de setembro/97 a janeiro/2000 na costa do Maranhão. Os exemplares foram dissecados no Laboratório de Hidrobiologia da Universidade Federal do Maranhão, onde seus estômagos foram retirados, e fixados em solução de formalina a 10%, para posterior análise. Carcharhinus acronotus apresentou 73% de seus estômagos com alimento e 27% encontraram-se vazios. De acordo com o Índice de Importância Relativa (I.I.R.), peixes são os principais itens da dieta desse tubarão pertencentes às famílias: Soleidae, Trichiuridae, Ariidae, Sciaenidae, Engraulidae, e Gerreidae. O tubarão C. acronotus possui hábito alimentar piscívoro, podendo ser considerado um predador seletivo nos ecossistemas aquáticos maranhense.


The species Carcharhinus acronotus Poey, 1961 is a medium sized shark belonging to the family Carcharhinidae, usually captured in Maranhào coast by artesian fishery using a fish net of stitch. It was made a study about the diet of 34 specimens of Carcharhinus acronotus captured between Sptember/97 and January/2000 in the Maranhão coast. The specimens were taken and processed in the Hidrobiology Laboratory of the Federal University of Maranhão, where their stomachs were removed and fixed in solution of formaldehyde at 10% for analysis. Carcharhinus acronotus showed 73% of their stomach with feed and 27% were empty. According to the Index of Relative Importance (I.R.I.), the main item of this shark diet is fishes belonging to the families Soleidae, Trichiuridae, Ariidae, Sciaenidae, Engraulidae, e Gerreidae. The shark Carcharhinus acronotus has a piscivorus habit, and is considered a predador of the marine ecossistems of Maranhão.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Diretas de Santa Marta: o caribe colombiano.





Analisando minha participação no IX Simposio Colombiano de ictiología y I Encuentro Colombo-venezolano de ictiólogos, o evento apresentou como resultado um gigantesco saldo positivos em todos os sentidos.

Primeiro, para quem chegou em outro país sem nenhuma credencial e completamente anônimo, de repente passa ser badalado em termos de troca de experiências diante da eloquência dos seus próprios trabalhos não é para qualquer um. Isto foi a primeira experiência inesquecível.

A segunda grande experiência pegou carona na primeira, onde trocas de informações geraram contatos tão imediatos que alguns trabalhos surgiram imediatamente de conversas informais para renderem bons frutos, quem sabe ótimas parcerias com cooperações institucionais no futuro.

Outra experiência que não vou nem classificar reuniu nada menos que momentos de longas conversas com os principais pesquisadores da Colombia e Venezuela, respectivamente Arturo Acero e Fernando Cervigón. Conhecia as duas pessoas somente através de suas obras e ultimamente tinha feito muitos contatos por e-mail, mas eles são muito mais que pessoas lendárias são grandes personalidades íntegras e extremamente gentis.

Por último, uma grande descoberta! O Maranhão também é caribe!!!! Não só apenas pela similaridade da composição da sua ictiofauna. Mas pela alegria e hospitalidade do seu povo, encontrei até rítmos semelhantes ao Tambor de Crioula e Cacuriá...

Espero que possa visitar este lugar mais vezes e estreitar cada vez mais os laços entre estes povos e nações com muitas coisas em comum.

Na foto: sentados da esquerda para direita: Alfredo Gómes (Ven), Fernando Cervigón (Ven) e Arturo Acero (Col). Em pé da esquerda para direita: Oscar Lasso-Alcala (Ven), Armando Ortega-Lara (Col), Jorge L.S. Nunes (Bra) e Luz Marina Mejía-Ladino (Col).






Durante Operação Lagosta Legal, Ibama apreende 29 quilos de pargo e 12,2 de mero em São Luís







A Operação Lagosta Legal, fiscalização realizada nesta semana de maneira simultânea em 12 estados do litoral brasileiro (do Amapá ao Espírito Santo), teve um saldo positivo no Maranhão no que se refere a outras espécies ameaçadas pela pesca ilegal. Na quarta-feira (26/9), os fiscais apreenderam no Mercado do Peixe no Portinho, em São Luís , 29 quilos de pargo abaixo do tamanho permitido (41cm de comprimento) e 12,2 quilos de mero, grande peixe ósseo cuja captura é proibida em águas nacionais. O dono do box que comercializava o mero na Praia Grande foi multado em R$ 700 e os 41,2kg de pescado apreendido foram doados para a Sociedade Eunice Weaver, educandário que trabalha com crianças carentes no bairro do Anil.



Na reunião técnica promovida pela Diretoria de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama nos dias 14 e 15 de agosto, foi decidida a extensão por mais cinco anos da aplicação da Portaria Nº 121, de 20 de setembro de 2002, que proíbe a captura do mero (Epinephelus itajara). A portaria foi prorrogada devido à aproximação do vencimento do prazo e por se tratar de um peixe com crescimento lento e de alta longevidade, podendo viver mais de 40 anos. A medida também proíbe o transporte, a comercialização, o beneficiamento e a industrialização do mero proveniente da pesca proibida.



O mero é o maior peixe ósseo do Oceano Atlântico Sul, pode alcançar três metros de comprimento e mais de 400 quilos. É uma espécie criticamente ameaçada de extinção e pouco estudada. Por ser dócil e habitar áreas de manguezais e corais, é uma presa fácil para os infratores.



De segunda a quinta-feira, as equipes formadas por agentes da Superintendência Estadual do IBAMA em São Luís , do Batalhão de Policiamento Ambiental e da Capitania dos Portos vistoriaram um total de 29 embarcações pesqueiras nos portos do Braga (município de Raposa), Vieira e Barbosa (São José de Ribamar), Portinho (São Luís) e da Vovó (na Barragem do Bacanga, também na capital maranhense), sendo que 15 delas foram notificadas a apresentar em 10 dias a licença emitida pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, caso contrário poderão ser autuadas. Mas a operação não encontrou aportado nenhum dos três barcos lagosteiros licenciados pela SEAP no Maranhão, a informação é de que estes se encontram em alto-mar e devem desembarcar em Bragança, no Pará. Por isso a segunda etapa de execução do Plano Emergencial de Fiscalização da Pesca da Lagosta deve continuar no mês de outubro, desta vez no mar com equipes de fiscais embarcadas com apoio da Marinha, cumprindo uma programação que deve ir até o fim do ano.



Embora a lagosta esteja fora do período de defeso (proteção da lei à reprodução da espécie), que vai anualmente de 1º de janeiro a 30 de abril (neste ano houve uma prorrogação da proibição até 15 de junho), a pesca só pode ser realizada por embarcações autorizadas pelo Governo Federal, desde que o façam além do limite de quatro milhas marítimas da costa. Devem ser respeitados os tamanhos mínimos (13cm de comprimento de cauda e 7,5cm de cefalotórax para a espécie vermelha, 11cm de cauda e 6,5 de cefalotórax para a espécie cabo verde) e a proibição de petrechos de pesca considerados predatórios como as redes de caçoeira, as marambaias, aparelhos de mergulho e o uso do compressor. A captura só é permitida com o emprego de armadilhas do tipo covo ou manzuá, cuja malha deve ser quadrada e ter no mínimo 5cm de espaço entre nós consecutivos.



A primeira fase nacional da Operação Lagosta, entre os meses de abril e julho, resultou em 17 autos de infração totalizando R$ 73 mil reais em multas no estado do Maranhão, além da apreensão de 73 quilos de lagosta no comércio durante o defeso, período no qual foram vistoriadas 319 unidades de produção de pescado. No pós-defeso (de 16 de junho a 31 de julho) foram vistoriadas 120 UPPs, incluindo restaurantes, supermercados, mercados do peixe, frigoríficos, peixarias, carros transportando pescado, fábricas de gelo e embarcações.



Segundo informações da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, 12 embarcações lagosteiras que tiveram seus pedidos de permissão de pesca negados entraram com recursos que no momento estão sendo analisados. De acordo com dados do Estatpesca (2005), a produção anual de lagostas desembarcada no Maranhão é de 10,8 toneladas, sendo 10,2t no município de São José de Ribamar e 600 quilos/ano em Tutóia. Mas a produção total do crustáceo na costa maranhense é estimada em 205,4 toneladas, cerca de 95% do volume pescado aqui é levado para outros estados, principalmente o Ceará, maior produtor nacional (3.102,6 toneladas desembarcadas, segundo dados de 2004).



O vizinho Piauí, apesar de ter um litoral curto com apenas 66km de extensão, tem o desembarque de 23,9 toneladas/ano, mais do dobro do volume beneficiado no Maranhão com seus 640km de costa. Inclusive sete das 12 embarcações que estão pleiteando com recurso para obtenção de licença na Seap/MA são do município de Luís Corrêa (PI). Os fiscais que visitaram os portos de Raposa e Ribamar nesta semana receberam informações sobre a saída de diversos barcos para pescar lagosta em alto-mar na região do Parcel de Manoel Luís (importante banco de corais no litoral noroeste do Maranhão). Outras importantes regiões pesqueiras do crustáceo no estado são o entorno do Farol de Santana em Humberto de Campos e as ilhas da Reserva Extrativista Marinha de Cururupu.



Considerando o alto valor agregado do produto que acaba não sendo revertido em benefícios econômicos para o estado, o combate à pesca predatória da lagosta no litoral maranhense começou a ganhar na mídia e entre os pescadores locais uma conotação de proteção dos recursos naturais do estado no estilo "a lagosta é nossa" (slogan usado em duas rádios da capital), embora as embarcações devidamente licenciadas pela Seap e cadastradas no Ibama tenham autorização para atuar em todo o litoral Norte-Nordeste. Durante a primeira fase da fiscalização no Maranhão, entre os 17 autos de infrações registrados, houve casos de barcos de pesca sem licença, uso de petrechos proibidos (redes de caçoeira e uso de compressor), comercialização sem declaração de estoque durante o defeso e desrespeito aos tamanhos mínimos.



A Operação Lagosta Legal, realizada em conjunto com a Marinha do Brasil, contou também com a participação das Polícias Federal, Rodoviária, Civil e Militar. A idéia é realizar uma ação de caráter preventivo ao impedir a captura e o desembarque ilegal de lagostas das espécies verde e vermelha. Também são alvos da fiscalização pelo Ibama outras fases da cadeia produtiva como a comercialização e a exportação do crustáceo.



Somando os 12 estados envolvidos na operação, duzentos agentes de fiscalização distribuídos em 50 equipes fizeram uma varredura em embarcações pesqueiras, portos, indústrias, frigoríficos, peixarias, restaurantes, bares, hotéis, feiras e mercados nos nove estados do Nordeste, e no Amapá, Pará e Espírito Santo. No mar, a bordo de embarcações da Marinha do Brasil, os fiscais do Ibama verificam a permissão e os equipamentos de pesca. Os agentes da Marinha checam a documentação dos barcos e instrumentos de salvamento obrigatórios. Só podem exercer a atividade de pesca os barcos devidamente permissionados pela Secretaria Especial de Pesca e Aqüicultura. O uso de manzuá ou covo, um tipo de armadilha de pesca, é o único petrecho permitido para captura das lagostas. Já as redes caçoeira, considerada por especialistas em meio ambiente como altamente predatória, e os compressores são apreendidos pelos fiscais do Ibama.



A Operação Lagosta Legal inaugurou a segunda etapa do Plano Emergencial de Fiscalização da Pesca da Lagosta, uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ibama, Ministério do Meio Ambiente e Seap e desenvolvida a partir deste ano. Desde o começo de 2007, durante e após o período de defeso da espécie, foram vistoriadas no Brasil inteiro mais de 6 mil unidades de produção e comercialização de lagosta e aplicadas 426 multas que somadas ultrapassam R$ 1,7 milhão.Ao todo, os fiscais do Ibama apreenderam no país mais de 9 toneladas de lagosta, 88 barcos e 167 mil metros de rede caçoeira.




Por: Paulo Roberto Araújo Filho (Assessoria de Comunicação do Ibama/MA)