quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Expedição pelo Maranhão











Em uma viagem recente tive a oportunidade de conhecer vários lugares interessantes do nosso Brasil no Maranhão. Com intuito científico eu e o Professor Nivaldo Piorski tínhamos como objetivo coletar amostras de tecido de alguma espécies de peixe para sua tese de doutorado.

Entretanto, logo fomos contrariados pela nossa idéia, que, se o estado do Maranhão que é muito rico em bacias hidrográficas, logo será rico em recursos pesqueiros também! Estávamos redondamente enganados, e nos decepcionamos com a realidade nua e crua destes lugares. Por outro lado, é claro que encontramos fartura e isso nos deixou mais tranquilos. Mas até quando?

Bem, agora vamos falar no bom português. É certo que esta época do ano os peixes ficam mais escassos, segundo os pescadores os rios ficam com as águas mais claras e os ventos sopram mais fortes, desta forma os peixes tendem a se esconderem.

Outros problemas também são notórios, primeiro visitando os mercados públicos encontramos muitos peixes provenientes de outras regiões distantes, como é caso da Bahia, Santarém e até mesmo de outras regiões do Maranhão.

O Lago Açu é o principal produtor e distribuidor de pescado para todo o estado, mas até quando?

É incrível que rios tão caudalosos como Itapecuru, Parnaíba e Balsas sejam tão pobres em peixes. Os problemas são apontados constantemente, é só visitar para comprovar. Desmatamento nas encostas, projetos agropastoris, extração de areia e se seixo, assoreamento e por último encontram-se muitas espécies invasoras. Tilápia já é comum, mas ainda existem Tucunarés, Pacus e agora a nova sensação, o Piauzão da Bahia. Nada de novidade!

Outra observação muito interessante foi que em certas regiões existem escassez de peixes nos rios, mas não nos lagos. Alguns lagos possuem fartura de peixes, sendo encontrados de tamanhos bem grandes.

Isto impressiona positivamente as expectativas e nos faz pensar em uma política de recursos pesqueiros mais séria e responsável para manutenção dos estoques para aquelas pessoas que dispõem apenas disso para sobreviver e futuras gerações. Aliás, são eles que menos agridem o ambiente, menos são aparados pelas políticas e inexplicavelmente são os principais alvos nas fiscalizações.

Está na hora de unir as bases a fim de criar estratégias, programas, planos... enfim descruzar os braços para esta realidade degenerativa e incluir segmentos que tenham vontade e capacidade para resolvê-los. Dar um verdadeiro pontapé nos coleguicismos incompetentes como apenas idéias de marketing pessoal e aqueles miram seus próprios umbigos.

Conheça a espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758)


Bastante conhecida de mergulhadores, o sargentinho é um peixe muito comum em ambientes recifais pertencente a família Pomacentridae, principalmente daqueles que gostam de alimentar peixes em flutuantes, pois neste local são muito abundantes.

Sua distribuição geográfica corresponde a faixa desde o Estados Unidos até o Uruguai, também ocorrendo nas Antilhas e Ilhas oceânicas do Atântico. Ocorrem também na porção oriental do Atlântico, da Angola à África do Sul.

Suas principais características morfológicas são o seu formato ovalado; cinco faixas verticais negras visíveis sobre os flancos que variam de amarelo ao laranja e uma faixa negra quase imperceptível no pedúnculo caudal, sua coloração muda para tonalidades azuis-esverdeadas em períodos de maturação. Podem medir até 20cm de comprimento total.

Juvenis são encontrados em poças de marés, topo de recifes rasos. Podem se comportar como peixes limpadores em estações de limpeza. Entre seus clientes estão a tartaruga verde e os golfinhos. Os adultos formam grandes cardumes de forrageamento, se alimentando de vários itens que incluem algas, poliquetos, pequenos crustáceos e inclusive regurjito de golfinhos.

Para conhecer mais:


CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes da costa brasileira. 3ª ed. São Paulo: Editora Melro. 320p.

FROESE, R. & PAULY, D. (Editors). 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication.

sábado, 11 de agosto de 2007

Participe do IV Workshop de Chondrichthyes do NUPEC


Se você é fissurado por tubarões e raias, vem aí o IV Workshop de Chondrichthyes do NUPEC. O tema deste ano está centrado no “Comportamento dos Elasmobrânquios” que objetiva as discussões sobre as perspectivas de pesquisa.


O evento reunirá os maiores nomes de especialistas nacionais e internacionais, como: Dr. Ricardo de Souza Rosa, Dr. Samuel Gruber, Dra. Patricia Charvet-Almeida, Dr. Alberto Ferreira de Amorim, Dr. Carlos Arfelli, Dr. Venâncio Guedes de Azevedo, Dr. Otto B. F. Gadig, Dr. Manoel Gonzalez, MSc. Mauricio Pinto Almeida e Dr. Fábio Motta.


Para maiores informações:

Peça informações via e-mail:
workshop@nupec.com.br ou então acessar a página do Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes, http://www.nupec.com.br.

Participe do IX Simpósio Colombiano de Ictiólogos e I Encontro de Colombo-venezuelano de ictiólogos


Em setembro haverá o IX Simpósio Colombiano de Ictiólogos e I Encontro de Colombo-venezuelano de ictiólogos. Este evento homenageará Germán Galvis, ictiólogo colombiano, e será destinado a pesquisadores, professores, técnicos, alunos de Biologia, Biologia Marinha, Ecologia, Zootecnia, Engenharia de Pesca, Oceanografia Biológica e áreas afins.

Para maiores informações acesse o site:


http://simposioictiologia.unimagdalena.edu.co

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Conheça a espécie Narcine brasiliensis (Olfers, 1831)


A raia Narcine brasiliensis apresenta uma característica muito incomum, a presença de órgãos elétricos que produzem corrente elétrica. Também conhecida como treme-treme esta raia elétrica pode dar uma descarga entre 14-37 volts, que é utilizada para defesa. São predadores noturnos e alimentam-de vermes, enguias juvenis, anemonas e pequenos crustáceos.

Sua configuração morfológica apresenta um disco com formato semi-circular variando moderadamente ao ovóide; margens da nadadeira peitoral que formam o disco levemente arredondadas. A cauda afinando a medida que se aproxima da sua extremidade posterior, apresentando-se dorsalmente arredondada e aplanada na porção ventral. A nadadeira caudal tem o formato de um triangulo isósceles; a primeira nadadeira dorsal situada sobre o dorso da cauda seguida pela segunda nadadeira dorsal.

O padrão de colorido do dorso varia do cinza ao marrom com manchas escuras, mas podem variar para o cinza homogêneo e a superfície ventral branca.

Sua distribuição é restrita ao oceano Atlântico, mas podem ser encontradas em águas temperadas e tropicais. Podem ser encontradas em todo o litoral brasileiro em profundidades de até 20m.

Para ler mais

CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes da costa brasileira. 3ª ed. São Paulo: Editora Melro. 320p.


FIGUEIREDO. J. L. 1977. Manual dos peixes marinhos do sudoeste do Brasil. Introdução: Cações, Raias e Quimeras. São Paulo: Museu de Zoologia. USP, 104p.

FROESE, R. & PAULY, D. (Editors). 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication.


quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Conheça a espécie Balistes vetula Linnaeus, 1758


A espécie Baliste vetula também é conhecida por cangulo. É um peixe dmersal, cujo seu aparelho bucal é formado por oito dentes incisivos superiores e oito dentes incisivos inferiores, em formato de cunha, que permite capturar alimentos bentônicos, além destes, podem ser observados duas séries de dentes faringianos inferiores.

Apresentam diferenças na dieta ao longo do ciclo de vida, sendo que os jovens se alimentam preferencialmente de invertebrados bentônicos (invertívoros), enquanto os adultos alimentam-se principalmente de peixes.

Morfologicamente caracterizam-se pela presença de três espinhos visíveis na nadadeira dorsal; nadadeiras pélvicas fundidas e um espinho rugoso anterior; escamas ctenóides marcadamente unidas; evidentes manchas azuis radiais cercando os olhos e duas faixas azuis na face, partindo da boca até a base da nadadeira peitoral.

Distribuem-se nos oceanos Atlântico e Índico, podem ser encontrados em ambientes de fundo consolidado. Comumente encontrados em áreas de fundo rochoso e coralino, com profundidade até aproximadamente 100m, mas também ocorrem normalmente em profundidades menores.

Para ler mais:

CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes da costa brasileira. 3ª ed. São Paulo: Editora Melro. 320p.

FROESE, R. & PAULY, D. (Editors). 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication. www.fishbase.org.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Conheça a espécie Gymnura micrura (Bloch & Scheneider, 1801)


A raia baté é mais conhecida por raia borboleta ao longo do litoral brasileiro. O seu nome científico é Gymnura micrura e pertence a família Gymnuridae que possui 14 espécies, a maioria se distribui na zona costeira.

No Brasil ocorrem duas espécies: G. altavela e G. micrura, as duas com um ampla distribuição em áreas litorâneas do Oceano Atlântico. Estas duas espécies são bentônicas de águas rasas que habitam fundos arenosos e barrentos em estuários e bocas de rios.

O padrão de coloração da raia baté é muito variado desde o cinza, passando pelo verde oliva, cor-de-rosa até marrom escuro na região dorsal, com ou sem manchas espalhadas; e com a cor do ventre branco para amarelo.

Morfologicamente apresentam a largura do disco maior que o seu comprimento, cauda curta e desprovida de ferrão.

Normalmente faz parte da fauna acompanhante da pesca de camarões e às vezes são capturadas de forma incidental pela pesca artesanal na costa do Maranhão.
Para ler mais:
ESCHMEYER, W.N. (ed) (2004). Catalog of fishes. California Academy of Sciences. Online version. Updated November 7.

FROESE, R. & PAULY, D. (Eds). 2007. FishBase. World Wide Web electronic publication. Disponível em: http//www.fishbase.org.
LÉOPOLD, M. 2004. Guide des poisons de mer de Guyane. Ed. Ifremer. 216p.
NUNES, J.L.S., ALMEIDA, Z. S. & PIORSKI, N. M. 2005. Raias capturadas pela pesca artesanal em águas rasas do Maranhão - Brasil. Arquivos de Ciências do Mar, 38: 49-54.


Participe do VII - BIOINC, Congresso de Bioincrustação, Ecologia bêntica e Biocorrosão


O VII Bioinc acontecerá no período de 27 a 30 de novembro de 2007 no Hotel Ressugência localizado na praia do Anjos em Arraial do Cabo-RJ. O evento é patrocinado pela Marinha do Brasil e pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e contará com cientistas do Brasil e de outros países ícones na área.

Então, estais esperando o quê? Faça logo contato com seu agente de viajem e vá arrumando suas malas, além das informações atualizadas podes cutir o visual magnífico de Arraial do Cabo.
Para saber mais:

Telefones (22) 2622 9018 e (22) 2622 9016