terça-feira, 18 de setembro de 2007

Análise da ecomorfologia de duas espécies de bagres (Teleostei: Siluriformes: Ariidae) do rio Paciência, Maranhão-Brasil

Gildevan Nolasco Lopes

Orientador: Nivaldo Magalhães Piorski

Graduação em Ciências Biológicas – Universidade Federal do Maranhão

Ano de defesa: 2007

As espécies Ariopsis bonillai e Sciades herzbergii estão entre as espécies de peixes da família Ariidae de maior freqüência nos estuários maranhenses, porém estudos biológicos de qualquer natureza, utilizando amostras de populações desta região, são escassos. Diante disso, o presente estudo analisa as relações entre a dieta e as características morfológicas destas duas espécies, comparando a eficiência de duas técnicas morfométricas para obtenção e descrição de dados ecomorfológicos. As técnicas utilizadas (índices morfológicos e redes de treliça) foram aplicadas sobre uma amostra de 35 exemplares de cada espécie. As matrizes de dados geradas forma submetidas separadamente à Análise de Componentes Principais. Ambas as técnicas de descrição morfológica identificaram diferenças morfológicas entre os grupos. Os índices ecomorfológicos com maior peso para A. bonillai foram o índice de compressão, a altura relativa do corpo e a configuração da boca. Em S. herzbergii foram maiores os índices da configuração da nadadeira caudal, comprimento relativo do pedúnculo caudal e posição relativa do olho. A rede de treliça atribuiu um maior alongamento horizontal do meio do corpo para S. herzbergii e maior nadadeira anal, maior altura do pedúnculo caudal, e altura do corpo para A. bonillai. A análise da dieta, realizada em uma amostra de 65 indivíduos de S. herzbergii e 55 de A. bonillai, indicaram que as espécies são generalistas apresentando preferência alimentar por determinados ítens. Material vegetal e poliquetas foram os ítens mais consumidos por A. bonillai, sendo que decápodes e peixes por S. herzbergii. A análise combinada dos dados da dieta e da morfologia indicaram que S. herzbergii é uma espécie que ocupa a porção inferior da coluna d’água, relacioando-se ao consumo de ítens bentônicos como decápodas e ítens grandes como peixes. Em A. bonillai as estruturas evidenciam o consumo de ítens em diferentes profundidades na coluna d’água e através da sucção, tais como poliquetas e ítens pequenos (microcrustáceos, insetos e larvas). As duas técnicas permitiram relacionar a dieta à morfologia, sendo os índice mais informativos. Entretanto, recomenda-se o uso de ambas as técnicas, pois a rede de treliça pode identificar estruturas importantes para ecologia das espécies que não poderiam ser observadas pelos índices morfológicos.

Palavras-chaves: Ecomorfologia, Ariidae, dieta.

Mobula hypostoma (Bancroft, 1831)


A raia gaveta, como é conhecida no Maranhão, possui um prolongamento da nadadeira peitoral ou nadadeira cefálica localizada na porção anterior da boca que lhe ajuda direcionar o fluxo d’água contendo alimento até sua boca. A sua morfologia é muito semelhante a outras espécies que ocorrem no litoral maranhense, como as espécies Aetobatus narinari e Rhinoptera bonasus.

As raias desta família são de grande porte, podendo atingir algo cerca de 7,0 metros de envergadura e seu peso ultrapassar 1 tonelada. Apesar do seu tamanho colossal a dieta de M. hypostoma é composta por organismos zooplanctônicos. Seus dentes são muitíssimo pequenos formando uma placa áspera. A sua configuração geral apresenta uma cauda distinta e longa que afina gradualmente; uma nadadeira dorsal; e ferrão ausente.

A distribuição geográfica corresponde ao Atlântico ocidental e o seu padrão de colorido varia do azul escuro ao azul violáceo na porção dorsal, enquanto que seu ventre é branco.


Para conhecer mais:

Carvalho-Filho, A. 1999. Peixes da costa brasileira. (3ª ed). 320P. São Paulo: Editora Melro.


Froese, R. & Pauly, D. (Editors). 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication.

McEachran, J.D. & Carvalho, M.R. de. 2002. Batoid Fishes. pp. 507-589. In: The living marine resources of the Western Central Atlantic. Vol. 3: Bony fishes part 2 (Opistognathidae to Molidae), sea turtles and marine mammals. FAO Species Identification Guide for Fishery Purposes and American Society of Ichthyologists and Herpetologists Special Publication. Nº 5. Rome, FAO.

Nunes, J. L. S. ; Almeida, Zafira da Silva de ; Piorski, Nivaldo Magalhães . Raias capturadas pela pesca artesanal em águas rasas do Maranhão-Brasil. Arquivos de Ciências do Mar, Fortaleza, v. 38, p. 49-54, 2005.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Conheça a espécie Bathygobius soporator (Valenciennes, 1837)





Conhecidos regionalmente como muré, a espécie B. soporator que pertence à família Gobiidae é encontrada frequentemente em poças de marés da Ilha do Maranhão (antiga Ilha de São Luís). Sua morfologia é considerada uma adaptação a este tipo de ambiente, pois toleram grande variação de salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido e turbidez. Uma grande surpresa que presenciei em campo foi ter encontrado um exemplar debaixo de uma pedra em condições quase sem lâmina d’água na Ilha do Medo.

Quanto à morfologia, apresentam o corpo deprimido, suas nadadeiras pélvicas são modificadas em uma ventosa que se adere ao substrato para evitar que o indivíduo seja arrastado pelo batimento das ondas e, por possuir pequeno porte podem se abrigar em pequenas fendas nas rochas. As poças de marés da Ilha do Maranhão são completamente dominadas por esta espécie, além das características anatômicas, morfológicas e fisiológicas o seu comportamento territorialista lhe ajuda bastante para manter este status.

O padrão de colorido é completamente versátil, costumam ficar imóveis usando sua camuflagem. Nas fotos você pode observar um pouco da sua camuflagem junto ao fundo da poça, note que as fotografias dos peixes maiores (2ª e 3ª) correspondem ao mesmo indivíduo.

Sua distribuição geográfica corresponde aos dois lados tropicais do Oceano Atlântico.


Para conhecer mais:

CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes da costa brasileira. 3ª ed. São Paulo: Editora Melro. 320p.
FROESE, R. & PAULY, D. (Editors). 2004. FishBase. World Wide Web electronic publication.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Novidade no blog Peixes do Maranhão







Você que é ictiólogo ou interessado no assunto pode encontrar na biblioteca virtual livros da FAO editados por pesquisadores de renome internacional. Estas publicações estão disponíveis para download grátis direto pelo link da FAO, sendo que as obras listadas neste blog contemplam somente aquelas que tratam de espécies do Oceano Atlântico. Se você se interessar por outras áreas é só navegar pelo site da FAO.