sábado, 6 de abril de 2013

COMPARAÇÃO DAS CATEGORIAS TRÓFICAS DE PEIXES INTERTIDAIS DO BRASIL


Na estruturação da comunidade de peixes a diversidade dos seus componentes também pode ser observada e avaliada através de variações comportamentais e adaptações morfológicas que os conduzem para diferentes usos de habitat e estratégias para obtenção de alimentos. Contudo, é notória a convivência das várias espécies no mesmo ambiente, configurando uma forma de segregação trófica através das distintas guildas tróficas: herbívoros, onívoros, carnívoros (invertívoros, plânctívoros) e detritívoros. Desta forma, estudos de ecologia trófica são pontuados como fundamentais para a compreensão na estrutura de comunidade de peixes. O objetivo do presente estudo foi a comparação da estrutura trófica ictiocenose intertidal dos estados do Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo e Santa Catarina através de informações de monografias de conclusão de cursos de graduação, dissertações de mestrado e artigos científicos publicados. A partir da lista taxonômica das espécies de peixes foi realizada sua classificação trófica em seis categorias: planctívoros, detritívoros, invertívoros, onívoros, herbívoros e carnívoros. Em seguida, uma matriz combinada com valores do percentual de cada categoria trófica e Estado foi criada a fim de compará-los através da sua abundância. O resultado da análise revelou que espécies com dieta s carnívoras e onívoras foi dominante em todas as localidades, com exceção dos invertívoros no estado do Maranhão e dos detritívoros em Pernambuco. A estrutura trófica dos ambientes estudados provavelmente é influenciada pelos ecossistemas adjacentes. A ocorrência de espécies representantes às várias categorias tróficas no ambiente intertidal é resultado da grande diversidade de itens alimentares presentes nestes habitats e da variedade de microhabitats potencialmente usados na exploração pelos peixes intertidais.

 

Palavras-chave: composição trófica, peixes intertidais, Brasil.
POR:
DE BRITO, Pâmella S.; DA SILVA, Pollyana V.; PIORSKI, Nivaldo M.; NUNES, Jorge Luiz S
 
 

EVOLUÇÃO DAS DRENAGENS DO ESTADO DO MARANHÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DOS PEIXES DE ÁGUA DOCE NA REGIÃO


A rede hidrológica do Estado do Maranhão está inserida em três regiões hidrográficas Tocantins/Araguaia, Atlântico Nordeste Ocidental e Parnaíba. Prováveis diferenças entre unidades populacionais despontam quando se tenta estabelecer áreas de endemismo incluindo rios do Maranhão, tomando por base principalmente padrões de distribuição geográfica de peixes. A análise de tais áreas e dos padrões de distribuição permite observar que os rios do Maranhão abrigam um conjunto de espécies endêmicas e, também, várias outras de ampla distribuição compartilhadas entre as áreas vizinhas. As relações entre os componentes da ictiofauna maranhense e das drenagens vizinhas, principalmente amazônicas, têm sido explicadas em termos de dispersão costeira e, dessa forma, influenciadas essencialmente pelas variações em nível do mar. Entretanto, uma análise mais aprofundada das informações geológicas disponíveis para a região revelou que desde o Mioceno-Plioceno vários eventos neotectônicos estiveram em ação modelando e individualizando as drenagens. Uma dessas estruturas está localizada entre os vales dos rios Mearim e Tocantins, produzindo anomalias em cotovelo nas drenagens de terceira ordem e exercendo forte controle nas drenagens de primeira e segunda ordem. Um evento vicariante importante deve ter sido protagonizado pela formação da Serra do Tiracambu, no extremo oeste do Estado do Maranhão. A idade aproximada deste evento coincide, por exemplo, com a idade estimada para divergência entre linhagens de Hypostomus envolvendo drenagens amazônicas e maranhenses. Eventos mais recentes (de até 2-3 Ma), tais como, o Ciclo Velhas, reativações tectônicas das falhas que deram origem ao Arco Férrer-Urbano Santos e formação do Golfão Maranhense podem ter exercido papel importante na diferenciação regional da ictiofauna. Associados à dinâmica geomorfológica, movimentos de transgressão e regressão marinha isolaram ou reduziram o contato posterior entre as bacias. Simulações utilizando a base de dados HydroSHEDS sugerem que a influência das variações eustáticas do mar foi maior nos rios com desembocaduras na região do Golfão Maranhense. Como consequência destes eventos, variações menores dentro das espécies foram estabelecidas entre as diferentes drenagens. A análise permite compor uma hipótese nula de trabalho em que os agrupamentos biogeográficos previstos para a região apresentam a seguinte configuração: [Parnaíba [Itapecuru [Mearim Pindaré]], [Tocantins [Gurupi Turiaçu]]. Assim, em contraposição à visão simplista de dispersão costeira, indicamos pelo menos quatro eventos vicariantes responsáveis pelas variações observadas na ictiofauna da região. Apesar da possibilidade de comunicações transitórias terem sido estabelecidas entre afluentes das partes médio-baixa do Turiaçu com médio-baixa do Gurupi e Tocantins, acreditamos que dispersão costeira apenas foi possível através do GolfãoMaranhense.

 

Palavras-chave: biogeografia, ictiofauna, geologia histórica, áreas de endemismo.

 

POR:

 PIORSKI, Nivaldo M.; NUNES, Jorge L. S.; COSTA, Luis F. C.; GALETTI JUNIOR, Pedro M.;

 

Fonte financiadora: Banco da Amazônia (BASA).

DIVERSIDADE E FILOGEOGRAFIA DE Prochilodus lacustris STEINDACHNER, 1907 (CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) NO NORDESTE DO BRASIL


Prochilodus lacustris é uma espécie endêmica citada para os rios Parnaíba e Mearim. Análises baseadas em padrões de distribuição têm indicado que a rede hidrográfica do Maranhão constitui uma área de endemismo para peixes neotropicais. No entanto, devido ao reduzido número de estudos, as interrelações desse conjunto hidrográfico com áreas vizinhas são pouco compreendidas. Nesse estudo, a diversidade genética de P. lacustris é analisada e a hipótese de que a espécie é uma unidade taxonômica e endêmica para a região é verificada. Além disso, a partir da análise do relógio molecular e dos dados geológicos disponíveis são identificados eventos históricos de isolamento das drenagens, apresentando-os como alternativas para a hipótese de dispersão costeira. Amostras de tecidos de 125 indivíduos de P. lacustris foram coletadas em 14 localidades ao longo dos rios Parnaíba, Itapecuru, Mearim, Pindaré, Turiaçu e Tocantins. A variação geográfica foi estudada usando sequências da região controle do DNAmt e do íntron 1 do gene S7. O conjunto amostral apresentou alta variabilidade genética, provavelmente associada a eventos históricos. Com exceção dos rios Mearim e Pindaré, todas as comparações de PhiST par a par produziram valores significantes com reduzido fluxo gênico entre as populações. A análise dos clados aninhados indicou que fluxo gênico restrito com isolamento por distância foi o principal evento inferido para explicar as diferenças observadas na rede de haplótipos. Entretanto, um evento de fragmentação passada foi detectado envolvendo haplótipos dos rios Parnaíba, Tocantins e Turiaçu. O padrão de relações haplotípicas, gerado pelos métodos de máxima verossimilhança e agrupamento de vizinhos, é composto por três clados com altos valores de bootstrap. Um clado é formado pelos haplótipos do rio Parnaíba. O segundo clado é composto por haplótipos dos rios Itapecuru, Mearim e Pindaré, ao passo que o terceiro clado compreende haplótipos dos rios Tocantins e Turiaçu. A topologia das árvores e os valores de divergência genética revelaram que os haplótipos do Tocantins têm seus parentes mais próximos no Turiaçu e no conjunto Itapecuru Mearim Pindaré. Além disso, as linhagens mitocondriais identificadas sugerem que o padrão de distribuição geográfica de P. lacustris não se ajusta aos modelos propostos para áreas de endemismos. A análise combinada da informação do relógio molecular e dados geológicos indicam que os principais eventos responsáveis pelas variações observadas na espécie foram: formação da Serra do Tiracambu, captura do curso inferior do Tocantins para formação da Baía de Marajó, Ciclo Velhas e formação do Golfão Maranhense.
 

Palavras-chave: Diferenciação genética, áreas de endemismo, relógio molecular, peixes neotropicais.

 

POR:
 

PIORSKI, Nivaldo M.; COSTA, Luís F. C.; NUNES, Jorge L. S.; GALETTI JUNIOR, Pedro M.

 

Fonte financiadora: Banco da Amazônia (BASA).

ICTIOFAUNA DA RESERVA BIOLÓGICA DO GURUPI


Poucos estudos envolvendo grupos de ampla distribuição têm utilizado amostras de peixes da rede hidrográfica do Estado do Maranhão. Nesta região, geralmente considerada uma área de transição entre o semi-árido nordestino e a floresta amazônica, estão localizados um conjunto de rios perenes onde se destacam, no sentido leste-oeste, os rios Parnaíba, Itapecuru, Mearim, Pindaré e Gurupi. Além destes, parte da drenagem do rio Tocantins flui em território maranhense. Dependendo da abordagem utilizada, os rios do Maranhão podem fazer parte de uma mesma área de endemismo ou de áreas de endemismo distintas. Independente disso, novas espécies têm sido descritas para a região nos últimos anos evidenciando sua importância para a diversidade da ictiofauna neotropical. Durante o ano de 2010, várias expedições foram realizadas à REBIO Gurupi, um dos poucos remanescentes da floresta amazônica em território maranhense, com o objetivo de identificar as espécies de peixes da região. Coletas sistematizadas, seguindo o protocolo do PPBio, foram efetuadas em três parcelas aquáticas situadas nos rios Panema, Mão de Onça, Aparitiua e Gurupi. Para a captura dos peixes foram empregadas tarrafas e redes de espera (malhadeiras). Além disso, fotografias e filmagens subaquáticas, quando possível, foram realizadas a fim de obter informações sobre a ecologia das espécies. Na área de estudo foram identificadas 67 espécies de peixes, distribuídas em 5 ordens e 18 famílias. Dentre os táxons identificados, nenhum faz parte da Instrução Normativa Nº5/2004 do Ministério do Meio Ambiente que lista as espécies de invertebrados aquáticos e peixes reconhecidos como ameaçados de extinção, sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação. Dentre as espécies identificadas observa-se que a maioria é classificada como de baixa vulnerabilidade. Por outro lado, 35% das espécies são consideradas de vulnerabilidade moderada a alta, correspondendo àquelas de maior valor comercial, tais como, Sorubim lima bico-de-pato, Pellona flavipinnis arenga, Pseudoplatystoma fasciatum surubim e Hemisorubim platyrhynchos mandubé. Análises preliminares sugerem que a ictiofauna da REBIO Gurupi é composta por elementos do Tocantins e da bacia hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental.

 
Palavras-chave: Peixes de água doce, amazônia oriental, região neotropical, sistemática.

  
POR:
 
MARQUES, Nayana E. F.; NUNES, Jorge L. S.; PIORSKI, Nivaldo M.
 
Fonte financiadora: CNPq.

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E USO DE HABITAT DE MURÉS EM POÇAS DE MARÉS DA PRAIA DO ARAÇAGY, MARANHÃO, BRASIL


Os murés correspondem a um termo maranhense que generaliza todas as espécies de peixes que pertencem às famílias Blennidae e Gobiidae, ou peixes com morfologia semelhante. Estes peixes são muito freqüentes nas poças de marés e podem ser classificados na categoria de residentes quanto ao uso do habitat. Possuem um grande elenco de comportamentos relacionados às suas interações ecológicas, intra e interespecífica (territorialidade, agressividade, perseguição, corte, reprodução etc), que notoriamente resultam na sua distribuição espacial e uso de habitat. Portanto, o objetivo deste estudo é descrever as características das poças de marés que são exploradas pelos amborés e peixe-macaco associando às informações sobre o seu uso. No período de seis meses houve o acompanhamento mensal de seis poças de marés com arquiteturas diferentes e distribuídas ao longo do médio litoral da praia do Araçagy, onde os indivíduos foram coletados com a utilização de mentol como anestésico e logo em seguida devolvidos para poças adjacentes. Neste procedimento eram anotadas as variáveis ambientais de cada poça, assim como o tamanho dos espécimes capturados. Os resultados obtidos indicam que a espécie Bathygobius soporator ocorre em diversos tipos de poças, considerando suas diferentes disposições na arquitetura e no posicionamento no médio litoral. Associado a sua distribuição, a freqüência dos tamanhos dos indivíduos de se mostrou heterogênea nas diferentes classes de tamanho. Por outro lado, embora a espécie Omobranchus punctatus apresentasse semelhança com B. soporator na distribuição das poças o comprimento dos indivíduos foi tendencioso para os espécimes menores. A comparação do número de indivíduos entre B. soporator e O. punctatus mostra a prevalência absoluta dos peixes invasores em todo o período de estudo. Portanto, a alta predominância de O. punctatus nas poças de marés está provavelmente afetando a estrutura da comunidade íctica através da sobreposição de recursos do ambiente estudado.

 

 

Palavras-chave: ambiente intertidal, ictiocenose, uso de habitat.
 
POR:
NOLETO FILHO, Eurico M.1; SANTOS, Luis F. S.1; ARAUJO JUNIOR, Bento A.1; SERRA, Raymony T. A.1; NUNES, Jorge Luiz S.; Piorski, Nivaldo M.

ALIMENTAÇÃO DE Cynoscion acoupa (LACEPÉDE, 1802) (TELEOSTEI, SCIAENIDAE) EM ESTUÁRIOS DO GOLFÃO MARANHENSE


Cynoscion acoupa é uma espécie demersal de elevado valor comercial nas cidades litorâneas do estado do Maranhão. Apesar disso, muito pouco é conhecido sobre sua biologia. Neste estudo, o hábito alimentar da pescada amarela foi caracterizado a partir da análise do conteúdo estomacal de exemplares capturados em estuários do Golfão Maranhense. As coletas foram realizadas durante o ano de 2010 utilizando-se redes de tapagem e malhadeira. Após a obtenção de dados biométricos, os estômagos foram retirados e o conteúdo classificado em grandes grupos: peixe, camarão, caranguejo, siri e material digerido. A composição da dieta foi analisada através dos métodos de freqüência de ocorrência (FO) e freqüência volumétrica (FV), consolidados no índice de importância relativa (IAr). De um total de 73 estômagos analisados, as maiores freqüências de ocorrência e volumétrica foram observadas para os itens camarão (64,3% e 39,5%) e peixes (49,3% e 57,1%). Os demais itens apresentaram freqüências muito baixas variando de 4,1% (material digerido) a 12,3% (caranguejo) para FO e de 0,14% (material digerido) a 5,1% (caranguejo) para FV. O índice de importância relativa indicou que os itens mais importantes são peixe (51,7%) e camarão (46,7%). Os demais itens apresentaram valores de IAr igual ou menores do que 1%. Os dados indicam, portanto, que peixes e camarões são os principais componentes da dieta de Cynoscion acoupa, caracterizando a espécie como de hábito carnívoro.

 

Palavras-chave: dieta, Sciaenidae, Nordeste, Brasil.

 

POR:

DOS SANTOS, Gabriel S.; DA SILVA, Nivea K. A.; DE BRITO, Rafaela M. S.; E SILVA, Simone K. L.; RIBEIRO, Marcos R. F.; GRANJA, Victor C. S.; MARQUES, Nayana E. F.; NUNES, Jorge L. S.; PIORSKI, Nivaldo M.

ANÁLISE COMPARATIVA DO HÁBITO ALIMENTAR DE Bagre bagre (LINNAEUS, 1766) EM AMBIENTES ESTUARINOS E COSTEIROS DO NORDESTE DO BRASIL


Bagre bagre, vulgarmente conhecida como bandeirado, é uma espécie que ocorre em regiões estuarinas e costeiras equatoriais, com ampla distribuição na América Central e norte da América do Sul. Poucos estudos têm enfatizado a dieta da espécie, havendo um indicativo geral de que se alimenta de pequenos crustáceos e peixes. Diante disso, o presente estudo propõe analisar o conteúdo estomacal e a composição qualitativa da dieta do bandeirado através dos métodos de freqüência de ocorrência e freqüência volumétrica, consolidados no índice de importância relativa. Os exemplares de B. bagre foram coletados em igarapés na Ilha dos Caranguejos e em áreas costeiras no litoral maranhense durante o ano de 2010. Nos igarapés, os exemplares foram capturados com malhadeira e tapagem, enquanto que na área costeira foram utilizadas apenas malhadeira. Após a coleta os espécimes foram conservados em caixas de isopor com gelo no próprio local e transportados para o laboratório. Após a obtenção de dados biométricos, os estômagos foram retirados e medidos junto com o trato digestivo. Um total de 88 estômagos era procedente dos igarapés. O item mais frequente foi caranguejo (27%), seguido de camarão, ovos de peixe e peixe, com 19%, 15% e 10% respectivamente. Os demais itens, representados por insetos, isópodas, oligoquetas, sementes e sururu tiveram pequena participação com freqüência total de 12%. Os valores do índice de importância relativa (Iar) apontaram ovos de peixe como o item mais importante (Iar = 0,28), seguido de caranguejo (Iar = 0,26), camarão (Iar = 0,14) e peixe (Iar = 0,11), os demais apresentaram baixa importância relativa. Na região costeira, dentre os 26 estômagos analisados, peixe foi o item de maior frequência (40%), seguido de matéria vegetal (27%), camarão (22%), caranguejo (9%) e material digerido (2%). O índice de importância relativa indicou peixe como o item mais importante (Iar = 0,91). Os resultados indicam que no estuário B. bagre apresenta dieta com tendência à carnivoria, baseando sua alimentação principalmente em matéria de origem animal. Na região costeira, por outro lado, a participação significativa de matéria vegetal sugere um hábito onívoro para a espécie. Entretanto, estas diferenças podem relacionadas à disponibilidade de itens potenciais entre os dois ambientes. Enquanto que nos igarapés foram identificados 11 itens alimentares nos estômagos de B. bagre, na área costeira foram contabilizados apenas 5.

 

Palavras-chave: dieta, siluriformes, estuário, área costeira.
POR:
DA SILVA, Nivea Karina Andrade1; DOS SANTOS, Gabriel Silva1; DE BRITO, Rafaela Maria Serra1; E SILVA, Simone Karla Lima1; RIBEIRO, Marcos Rogério Ferreira1; GRANJA, Vitor Cutrim Soares1; MARQUES, Nayana Estrela Ferreira1; DE CASTRO, Antonio Carlos Leal1; NUNES, Jorge Luiz Silva1; PIORSKI, Nivaldo Magalhães



ECOMORFOLOGIA DOS PEIXES DO RIO MUNIM, MARANHÃO - BRASIL

A ecomorfologia fundamenta-se na idéia que as diferenças morfológicas observadas entre as espécies estão associadas à ação das diferentes pressões ambientais e biológicas às quais estão sujeitos os indivíduos. Essas diferenças podem ser estudadas através do emprego de índices morfo-biométricos denominados atributos ecomorfológicos, que correspondem aos padrões que expressam características do indivíduo em relação ao seu
meio e podem ser interpretados como indicadores de hábitos de vida ou de adaptações das espécies à ocupação de diferentes habitats. Assim, variações morfológicas entre as espécies refletem, ao menos em parte, o uso diferenciado de recursos, implicando ecologias diferentes, ou constituindo uma correlação entre similaridade morfológica e ecológica. Todos os exemplares foram medidos morfometricamente seus valores transformados em atributos ecomorfológicos. Matrizes combinadas entre espécies e atributos com valores individuais e valores médios, foram submetidas à Análise de Componentes Principais. Os atributos que influenciaram o primeiro eixo foram Índice de Achatamento Ventral, Índice de Compressão do Pedúnculo Caudal e Configuração da Nadadeira Peitoral totalizando 42,14% da variação explicada. Por outro lado, no segundo eixo os atributos ecomorfológicos Posição Relativa dos Olhos, Comprimento Relativo da Cabeça e Largura Relativa da Boca com 14,49% da variação. Os resultados da análise dos valores individuais apresentaram grande sobreposição para as espécies. Os padrões ecomorfológicos encontrados refletiram suas diferenças nos atributos associados à exploração de recursos alimentares e ocupação das espécies na coluna d’agua. Portanto, a utilização de estudos de ecomorfologia de uma comunidade de peixes permite estabelecer a conexão entre a forma e o desempenho, revelando um ajuste a uma determinada dimensão do nicho ecológico, além de permitir conjecturas acerca da distribuição no ambiente ou diferenciando os grupos tróficos.
POR:
 
Diego Sousa Campos
Luiz Phelipe Nunes e Silva
Nivaldo Magalhães Piorski
Jorge Luiz Silva Nunes
Fonte financiadora: Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE PEIXES EM POÇAS DE MARÉ DE PRAIAS ARENOSAS REGIDAS POR MACROMARÉS NO LITORAL EQUATORIAL AMAZÔNICO, MARANHÃO - BRASIL


O presente estudo foi realizado em poças de maré presentes em afloramentos de arenito ferruginoso na região do entremarés da praia do Araçagy e em afloramentos rochosos da praia de Panaquatira, ambas na Ilha do Maranhão – nordeste do Brasil. O seu propósito é de compreender os aspectos da estrutura e distribuição espacial-temporal da comunidade de peixes de poças de maré de praias arenosas. A área de estudo fez-se importante no tocante à compreensão da influência das macromarés e dos estuários na comunidade de peixes de poça de maré, possibilitando maior entendimento dos componentes desse sistema através dos padrões da estrutura da comunidade, em uma região mais ao norte do Brasil. Para tanto foi realizado primeiramente a diferenciação do mesolitoral de ambas as praias em três andares distintos onde em cada andar foram selecionadas três poças de maré que não apresentavam conexão com o mar, entre si e com outras poças durante a baixamar. As coletas dos exemplares foram realizadas bimestralmente entre agosto de 2011 e junho de 2012 utilizando solução etílica de mentol na proporção 40g/l como anestésico para os peixes, principalmente os crípticos e espeliofílicos. De cada poça foram mensurados os dados de área, volume, profundidade média, rugosidade e dos parâmetros abióticos como temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido e pH, seguindo metodologia padrão. Um total de 1780 peixes foi coletado, sendo que desses, a praia do Araçagy contribuiu com 39% e a praia de Panaquatira com 61%. A riqueza e a abundância das espécies de peixes de poça de maré das praias estudadas são influenciadas pelos ambientes adjacentes, pela morfometria das poças, onde a área superficial e a profundidade foram os atributos mais importantes na variação dos parâmetros físico-químicos. Há um nítido zoneamento entre as estações e os andares, onde as variáveis ambientais oscilaram ao longo do ano e dos andares traçados. As poças foram dominadas por espécies residentes, de pequeno porte e bem camufladas, entretanto juvenis de espécies transitórias e ocasionais também puderam ser observadas, inclusive aqueles de espécies economicamente importantes como os mugilídeos, lutjanídeos e haemulídeos. Dessa forma sugere-se, que os próximos trabalhos realizados em comunidades ícticas intermareais foquem entre outras coisas análises da biologia reprodutiva, ecologia e biogeografia dessas espécies gerando assim resultados mais robustos a cerca da importância desses ambientes no ciclo de vida desses peixes. 

 

Palavras-chave: ictiofauna, entremarés, distribuição espacial, distribuição sazonal.
 
POR:
Glínia Kelle Fernandes Coelho de Carvalho (Disertação apresentada no Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação)
 

COMPOSIÇÃO E VARIAÇÃO SAZONAL DA ICTIOFAUNA DO TRECHO MÉDIO DO RIO MUNIM, CHAPADINHA – MARANHÃO


Os peixes são os organismos mais diversos entre os vertebrados e as águas neotropicais abrigam a maior parte destes organismos. O Brasil detém 21% das espécies ícticas catalogadas no mundo, porém com o isolamento de bacias associado ao alto grau de endemismo observado, esses números tendem a crescer nos próximos anos. Apesar disso, os estudos que versam sobre o assunto são escassos, restritos ao eixo Centro-Sul e, o Nordeste tem catalogação incompleta, cheia de falhas e necessidade de revisões de vários táxons. O Maranhão possui um reduzido número de trabalhos de peixes de água doce e, para o rio Munim este é o primeiro. Os objetivos desse trabalho foram inventariar a composição ictiofaunística do trecho médio do rio Munim, assim como verificar seus aspectos quanto à abundância de espécies e variação sazonal. Os resultados mostraram que foram coletados 881 indivíduos, pertencentes a cinco ordens, 22 famílias, 52 gêneros e 53 espécies. As espécies mais abundantes foram Curimatella sp., Pristella sp., Hoplias malabaricus. As famílias mais especiosas foram Characidae, Loricariidae e Pimelodidae. Este estudo também evidenciou o efeito das estações de chuva e estiagem sobre as frequências de ocorrência das espécies, pois as águas tropicais mostram variações sazonais causadas principalmente por oscilações hidrométricas, o que influencia diretamente na oferta de alimento e na distribuição das espécies.

Palavras-chave: Peixes dulcícolas, diversidade, variação sazonal, rio Munim.
 
POR:
Luís André Véras Cruz (Monografia apresentada no Curso de Ciências Biológicas)
 
APOIO: FAPEMA

DESCRIÇÃO DA ARTE DE PESCA “MOITA” PRATICADA POR COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MÉDIO RIO MUNIM, MARANHÃO, BRASIL


A pesca artesanal é considerada aquela na qual o pescador participa diretamente da captura dos peixes, estando sozinho ou em grupo, sendo que essa modalidade de pesca muitas vezes possui caráter predatório devido a diferentes artes de pesca utilizadas. A pesca predatória muitas vezes é exercida com fins comerciais bem como de lazer, sendo condenada pela legislação pesqueira, devido a retirar-se do ambiente mais do que o necessário, promovendo a extinção de diversas espécies de peixes. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo descrever a arte de pesca conhecida como “moita”, praticada por pescadores no município de Chapadinha, que se utiliza da relação existente entre a ictiofauna e os substratos vegetais presentes no rio para capturar uma ampla quantidade e variedade de espécies. As informações sobre a arte de pesca foram obtidas através de observações diretas de uma destas armadilhas encontrada em um trecho do rio Munim, assim como por meio de conversas informais com os pescadores de povoados, Cedro e Poções, durante visitas realizadas aos mesmos entre os anos de 2010 e 2011. A partir das informações foi possível determinar como a armadilha é montada, seus principais aspectos estruturais e finalidades, além de importantes informações a cerca da relação da pesca com a tradição das comunidades ribeirinhas e destas com o meio ambiente. Foi possível conhecer a “festa da moita”, momento da retirada da armadilha, quando ocorre a reunião dos pescadores e a divisão do pescado capturado, sendo que essa festa apresenta características distintas as quais dependem dos costumes de cada comunidade. Dessa forma, conclui-se que a utilização da “moita” possui tanto aspectos positivos por promover uma captura em grande quantidade favorecendo a pesca para as comunidades, quanto aspectos negativos do ponto de vista ecológico, pois afeta tanto a vegetação ciliar, assoreia o leito do rio e quanto à comunidade íctica promove uma diminuição tanto de exemplares em idade reprodutiva quanto os juvenis capturados durante a “festa da moita”. Outro aspecto negativo observado pelo somatório dos impactos é perda da diversidade de microhabitáts pela uniformização da paisagem. Por fim, as informações sobre essa modalidade de pesca é de grande importância para a conscientização de pescadores sobre a conservação do ambiente, bem como por conhecer a existência de diferentes práticas pesqueiras utilizadas em pequenas comunidades ribeirinhas do Maranhão.

 

Palavras-chave: Pesca predatória, moita, arte de pesca.

POR:

Maria Francisca R. Ribeiro
Maura S. Costa
Jakeline A. Carneiro
Maurilene S. Costa
 Nivaldo M. Piorski
Jorge L. S. Nunes

BIOLOGIA E ECOLOGIATRÓFICA DE CINCO ESPÉCIES DE PEIXES DE POÇAS DE MARÉ DA PRAIA DO ARAÇAGY, MARANHÃO, BRASIL.

As poças de maré são importantes áreas de reprodução, alimentação e crescimento para inúmeras espécies de peixes. Além disso, a diversidade estrutural do habitat permite a utilização dos indivíduos juvenis a uma enorme quantidade de microhabitats, principalmente por se tornarem importantes refúgio contra predadores. O objetivo do presente trabalho foi descrever morfologicamente as estruturas envolvidas no processo digestório e a ecologia trófica de cinco espécies de peixes capturadas e, de poças de maré da praia do Araçagy.  O estudo foi realizado entre janeiro de 2009 a janeiro de 2010, em poças de maré da praia do Araçagy. A captura dos peixes foi realizada com auxílio de redes manuais de nylon e mentol (50g/l) para facilitar na captura dos peixes crípticos. Foi examinado um total de 135 estômagos de exemplares pertencentes a cinco espécies de famílias diferentes: O. punctatus, B. soporato, M. curema, L. jocu  e T. nattereri. Para cada espécie estudada foi caracterizada a anatomia bucal e de todo trato digestório. Para a análise quantitativa dos itens alimentares foi usado o método de abundância presa-específica, que consiste no número de estômagos os quais apareceram um determinado item. Os resultados do presente estudo mostram que a maioria dos estômagos estava cheio e com o conteúdo nítido para a análise. Embora os resultados referentes aos itens alimentares correspondessem aos mesmos à frequência destes itens apresentou-se com pouca diferença, refletindo uma grande amplitude de nicho gerada pela grande variação individual dos espécimes analisados. Através das análises verificou-se uma grande diversidade morfológica nas estruturas envolvidas na digestão das espécies estudadas, características que refletem na sua estratégia alimentar: configurando aspectos básicos na manipulação, na investida e no seu comportamento alimentar.
 
POR: Francilda da Costa Moraes (Monografia apresentada ao curso de Ciências Biológicas)
 
APOIO: FAPEMA

ANÁLISE MULTIVARIADA DA MORFOLOGIA DE POPULAÇÕES DE Bathigobius soporator (VALENCIENNES, 1837) DE REGIÕES INTERTIDAIS


A espécie Bathygobius soporator, no estado Maranhão, é conhecida por muré e encontrada em poças de maré, sendo uma espécie tolerante a altas variações de salinidade, temperatura, oxigenação e turbidez. O objetivo deste estudo foi analisar as variações morfológicas entre as populações de Bathygobius soporator de poças de maré, das diferentes praias da Ilha do Maranhão, com base em características morfométricas. Um total de 92 indivíduos foi utilizado para a metodologia de redes de treliça e 64 individuos para morfometria geométrica. Os resultados mostraram estruturação das populações de B. soporator tanto através da rede treliça, quanto pelo método de morfometria geométrica, as ilustrações das suas respectivas análises multivariadas apresentaram distinções numéricas entre as populações, nos primeiros eixos, com valores superiores a 84% na análise de componentes principais e de 52% na análise de variáveis canônicas. Associando esta estruturação a diferentes níveis de pressão ambiental e biológica sofrida por estas populações nos seus respectivos habitats e também a um processo de divergência. As técnicas utilizadas produzem excelentes parâmetros para estudos de variações morfológicas populacionais.

 
Palavras-chave: Bathygobius soporator, poças de maré, morfometria geométrica, rede de treliça

POR:

Pâmella Silva de Brito (Monografia apresentada no Curso de Ciências Biológicas)

COMPORTAMENTO NUCLEAR-SEGUIDOR ENTRE CORYDORAS SP. (CALLICHTHYIDAE) E PRIOCHARAX SP. (CHARACIDAE) EM UM RIO NO PARQUE ESTADUAL DO MIRADOR, MARANHÃO


A ecologia trófica nos ambientes aquáticos, tanto marinhos quanto dulcícolas, é extremamente diversificada em função das variáveis bióticas e abióticas que modulam o comportamento dos organismos. Assim, os nichos são amplamente ocupados em níveis de organização bem especializados, devido ao desenvolvimento de uma gama de comportamentos que são adotados pelas espécies de modo a se favorecer de alguma forma da presença de outras espécies, seja em busca de segurança, como no comportamento mímico, que envolve organismos dos mesmos ou de diversos grupos, como moluscos, peixes e crustáceos, simulando a forma corporal, a coloração e o comportamento, a organização do cardume, ou em busca de alimento, como no comportamento seguidor, que é uma tática de forrageio bastante observada e descrita entre peixes marinhos, principalmente recifais, mas sem muitos registros documentados em água doce, e verificada neste estudo. As observações subaquáticas realizadas em um rio no Parque Estadual do Mirador, no centro-sul maranhense, registraram o comportamento nuclear-seguidor, relação interespecífica em que uma espécie, dita nuclear, promove alguma perturbação no fundo, revolvendo-o durante seu forrageio ou mesmo no próprio deslocamento, e outra espécie segue constantemente, alimentando-se dos itens presentes nas porções de sedimentos levantadas. Indivíduos de Corydoras sp. foram observados enquanto realizavam o forrageio, sozinhos ou em grupos de até três, revolvendo o substrato com as nadadeiras peitorais em batimentos rápidos, com o corpo rente ao fundo, sendo seguidos a uma curta distância, por um número razoável de indivíduos de Priocharax sp. aproveitando-se dos fragmentos e restos alimentares soerguidos por essa atividade. O hábito foi testado artificialmente, com o mergulhador promovendo leves batimentos com a mão no substrato, e logo vários indivíduos da espécie seguidora foram atraídos pela “nuvem” de comida, evidenciando seu comportamento oportunista e relativamente amistoso, uma vez que a presença de um humano não os afastou completamente. Essa observação é uma das primeiras apresentadas para esse comportamento de caracídeos seguindo um Callichthyidae, sendo, portanto um acréscimo importante ao conhecimento da do comportamento destas espécies em particular, e em maior escala, da dinâmica organização trófica em ambientes de água doce, principalmente para o estado do Maranhão, onde ainda há muito a se conhecer e estudar sobre a ictiofauna.
 
Palavras-chave: peixes, comensalismo, caracídeos, dulcícola
 
POR:
Diego Sousa Campos
Luiz Phelipe Nunes e Silva
Nivaldo Magalhães Piorski
Jorge Luiz Silva Nunes.

COMPOSIÇÃO DAS ESPÉCIES COMERCIALIZADAS EM PINDARÉ-MIRIM, MARANHÃO.

As bacias hidrográficas do estado do Maranhão localizam-se em uma área de transição entre o semi-árido nordestino e a floresta amazônica. Desta forma, os rios genuinamente maranhenses possuem grande relevância biológica pela sua grande diversidade de espécies e altos índices de endemicidade. Contudo, as políticas de gestão hídrica estão muito incipientes em todo o Maranhão, configurando um grande desafio sustentável para uma população que necessita de um futuro ecologicamente viável e sustentavelmente satisfatório. Neste contexto, o rio Pindaré destaca-se por sua grande produtividade pesqueira que abastece muitos municípios do Maranhão. A composição do pescado comercializado no mercado do peixe de Pindaré-Mirim é bastante elevada, com cerca de 25 espécies comerciais que são representadas por: Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794), urubarana; Cichla monoculus Spix & Agassiz, 1831, tucunaré; Cichlasoma sp, cará preto; Colossoma macropomum(Cuvier, 1816), tambaqui; Cynodon gibbus Spix & Agassiz, 1829, acará; Geophagus surinamensis (Bloch, 1791), calanbanja; Hassarwilderi Kindle, 1894, mandi brocha; Hoplerythrinus unitaeniatus (Agassiz, 1829), jeju; Hoplias malabaricus (Bloch, 1794), traíra; Hemisorubim plathyrhynchos (Valenciennes, 1840), liro; Hypostomus cf. plecostomus (Linnaeus, 1758), bodó; Leporinus friderici (Bloch, 1794), piau aracu; Loricaria cataphracta Linnaeus, 1758, viola; Loricariichthys sp. viola; Pimelodus ornatus Kner, 1858, mandi; Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840), pescada; Platydoras brachylecis Piorski, Garavello, Arce H. & Pérez, 2008, carrau; Prochilodus nigricans Spix & Agassiz, 1829, curimatá; Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766), surubim; Pseudachenipterus nodosus (Bloch, 1794), mandubé; Pygocentrus nattereri Kner, 1858, piranha vermelha; Rhamphichthys atlanticus Triques, 1999, tubi; Rineloricaria sp. viola; Sorubim lima (Bloch & Schneider, 1801), tubajara. A maioria dos peixes comercializados é capturada na bacia do rio Pindaré, porém peixes de criatórios locais também são vendidos no mesmo mercado juntamente com espécies exóticas capturadas no próprio rio Pindaré.
 
Palavras-chave: peixes comercializados, composição, rio Pindaré.
POR:
LUIZ PHELIPE NUNES E SILVA
 LUIS FERNANDO CARVALHO COSTA
JORGE LUIZ SILVA NUNES

RELAÇÃO PESO-COMPRIMENTO DAS ESPÉCIES DE PEIXE DO TRECHO MÉDIO DO RIO MUNIM, MARANHÃO, BRASIL.

A relação peso-comprimento (RPC) é uma importante ferramenta na compreensão da biologia e ecologia de comunidades de peixes, pois permite a criação de estimativas do fator de condição, estado de desenvolvimento, peso e biomassa, permitindo inferir comparações de crescimento entre diferentes espécies ou entre populações diferentes de uma mesma espécie tanto em ambiente natural como em cativeiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a rpc para 790 exemplares de peixes de 26 espécies, capturadas no trecho médio do rio Munim, permitindo inferir sobre as taxas de crescimento na comunidade de peixes. As espécies analisadas foram Aequidens tetramerus, Ancistrus sp., Astianax sp., Charax gibbosus, Crenicichla labrina, Curimata sp., Curimatela sp., Geophagus surinamensis, Hassar affinis, Hemiodus microlepis, Hoplias malabaricus, Hypostomus aff. Plecostomus, Leporinus piau, Metynnis sp., Pimelodella cristata, Platydoras brachylecis, Prochilodus lacustres, Poptella sp., Pygocentrus nattereri, Rineloricaria steidachneri, Satanoperca jurupari, Serrasalmus marginatus, Schizodon dissimilis, Sternopygus macrurus, Tetragonopterus sp. e Trachelyopterus galeatus. A relação peso-comprimento dos peixes foi realizada através da regressão linear simples representada pela fórmula Wt = aLtb descrita por Huxley (1924), sendo utilizados peixes compreendidos entre a faixa de 4,59-38,43 cm de comprimento total, e peso total de 0,06g-615,0g. Os valores obtidos de R2 variaram entre 0,9827 e 3,9084, sendo o valor alométrico positivo mais alto obtido para a espécie Rineloricaria steidachneri e o menor valor alométrico para a espécie Serrasalmus marginatus. Os valores obtidos demonstram que 73% da comunidade de peixes apresentou uma relação proporcionalmente estável entre o crescimento e o ganho de peso, onde 15% apresentou o crescimento superior ao acúmulo de peso, enquanto que 12% possuiu o ganho de peso maior que o crescimento. Conclui-se que a população tem crescimento isométrico em sua maioria, com exceção das espécies S. marginatus, Ancistrus sp. e S. macrurus que obtiveram coeficiente angular inferior a 2,0. Indicando a existência de fatores não determinados que podem está influenciados as variáveis biométricas.
 
POR:

Maurilene Sousa Costa
Maria Francisca Rego Ribeiro
Maura Sousa Costa
Nivaldo M. Piorski
Jorge Luiz Silva Nunes
APOIO: FAPEMA


 

ECOLOGIA TRÓFICA DE TRÊS ESPÉCIES DE PEIXES NA BAIXADA MARANHENSE, MARANHÃO-BRASIL


Os estudos de alimentação podem fornecer dados sobre habitat, disponibilidades de alimento no ambiente, integridade biótica e compreensão dos processos interativos dentro das comunidades aquáticas, assim também como obter informações sobre os vários processos de estruturação dentro dos ambientes. A dieta das espécies depende de vários fatores tais como: Anatomia e morfologia bucal e do trato digestório, exigência nutricional e oferta de recursos dentro do habitat. Estudos sobre alimentação natural de peixes colaboramno desenvolvimento de estratégias para o manejo sustentável dos ecossistemas auxiliando administradores de recursos pesqueiros e piscicultores. Assim, o trabalho tem o objetivo por descrever os principais aspectos ecológicos da alimentação de três espécies de peixes: Pygocentrus nattereri Kner, 1858 (piranha), Plagioscion squamosissimus Heckel, 1840(pescada) e Hassar wilderi Kindle, 1895 (mandi bico de flor). A metodologia adotada consta da coleta das espécies nos lagos de Viana e Cajari. Depois identificados e obtidos os dados biométricos, inicia-se análise do conteúdo estomacal, com auxilio de microscópio estereoscópico, para classificação dos estágios de digestão, classificação quanto ao índice de repleção. Após a obtenção destes dados os itens são classificados quanto à estratégia alimentar através do Diagrama de Costello, obtido combinação do cálculo de abundância relativa e a composição qualitativa por meio da freqüência de ocorrência de cada item alimentar do espectro trófico. Os itens alimentares correspondem a sete categorias: Osteichthyes, Crustácea, Fragmentos Vegetais, Sedimentos, Mollusca, Insetos e Outros considerados nesta classe materiais não identificados e matéria orgânica. Os resultados indicaram que as espécies quanto ao conteúdo estomacal apresentaram o grau de digestão predominante digerido e semi digerido, quanto ao grau de repleção às espécies apresentaram primeiramente o item cheio sendo seguido por ¼ e ½ de alimento. Os itens alimentares encontrados nos estômagos de Pygocentrus nattereri e Plagioscion squamosissimus foram compostos principalmente por Osteichthyese e Crustacea, enquanto Hassar wilderiapresentou na dieta itens como Mollusca e Fragmentos Vegetais com uma maior freqüência. Por fim, no Diagrama de Costello fica evidente que P. nattereri eP. squamosissimus apresentam como estratégia alimentar especialistas como componentes interfenótipo, ou seja, são espécies com baixa amplitude de nicho apresentam dieta similar, sendo carnívoras por outro lado, H. wilderi apresentou-se como uma espécie generalista usufruindo de poucas quantidades de recursos dentro do ambiente sendo encontrados na dieta principalmente organismos bentônicos.

Palavras-chaves: APA da Baixada Maranhense, ecologia de peixes, dieta natural
 
 
POR:


Maria Fabiene de Sousa Barros
Jorge Luiz Silva Nunes
 
 
APOIO: CNPq, FAPEMA, REBAX