segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Tenham um feliz 2009 com muitos congressos pela frente...

A agenda está cheia para 2009, muitos eventos estarão em pauta de muitos laboratórios de ictiologia do Brasil, desde eventos mais abrangentes aos mais específicos, enveredando pelos nossos imensos bosques e vergéis floridos até o som da rumba e do merengue caribe adentro.
Para acabar a ressaca do reveillon temos de imediato o XVIII Encontro Brasileiro de Ictiologia que se realizará nos dias 25 a 30 de janeiro na Universidade Federal do Mato Grosso, veja maiores detalhes no site http://www.sbi.bio.br/ebi2009.html.

Seguindo nosso calendário de comemorações após a folia de Momo, 6 à 9 de abril, teremos em São Luís do Maranhão o I Congresso Brasileiro Sobre Bioinvasão , que abordará um dos temas mais discutidos nesta época de globalização. As informações sobre o evento podem ser encontradas em http://ejmutual.com.br/congresso/.

O II Congresso Brasileiro de Biologia Marinha (II CBBM) será realizado no período de 24 a 28 de maio de 2009, no Hotel Atlântico Búzios, no Município de Armação de Búzios - RJ. Acesse http://www.uff.br/cbbm2009/.


E para fechar o ano com chave de ouro, o maior evento de ciências do mar da América Latina, XIII Congresso Latinoamericano de Ciências del Mar, que acontecerá em Havana – Cuba no período de 26 a 30 de outubro. Entre em http://www.colacmarcuba2009.com.

Note que em todos os eventos contam seus respectivos links para maiores informações sobre prazo de inscrições e envios de resumos.

Assim, tenham um feliz e produtivo 2009!!!!

sábado, 1 de novembro de 2008

Nova espécie de peixe, Platydoras brachylecis, é descrita para o Brasil.


O professor e pesquisador da Universidade Federal do Maranhão, Nivaldo Magalhães Piorski, conjuntamente com os pesquisadores Júlio Garavello, Mariangeles Arce H. e Mark Peréz, descreveu uma nova espécie de peixe do gênero Platydoras. A nova espécie foi encontrada nas bacias hidrográficas do Pindaré e Parnaíba, localizadas no nordeste do Brasil. As características que lhe diferencia das demais espécies cogenéricas são: faixa amarelo-pálida a branco iniciando acima das órbitas, continuando médio-lateralmente sobre o corpo e atingindo os raios medianos da nadadeira caudal; pele das axilas dos espinhos médio-laterais sem concentração de pequenas pintas negras; escudos médio-laterais baixos (altura do décimo escudo 8.8-11.9% do comprimento padrão) e os escudos médio-laterais do pedúnculo caudal distintamente separados das placas médio-dorsais e médio-ventrais da mesma região por uma faixa de pele. O artigo que documenta a descoberta da nova espécie de peixe, P. brachylecis, no Maranhão e também traz a validação de três espécies de Platydoras (P. armatulus, P. costatus e P. hancockii) foi publicado recentemente na revista Neotropical Ichthyology.

Para saber mais: acesse o artigo no site da revista Neotropical Ichthyology http://www.scielo.br/pdf/ni/v6n3/a21v6n3.pdf ou no próprio Peixes do Maranhão na seção outros artigos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Você sabe o que é um Sítio Ramsar?


De acordo com a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional sediada em Ramsar – Irã, em 1971, esta convenção tem como objetivo a conservação e o uso racional de todas as zonas úmidas a fim de almejar o tão desejado desenvolvimento sustentável através de cooperações internacionais para criação dos sítios.
O Brasil possui uma das maiores zonas úmidas do planeta, sendo que o estado do Maranhão contribui com três Sítios Ramsar: a Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense, a Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses e o Parque Estadual Marinho Parcel de Manuel Luiz.
Alguns pontos positivos estão embutidos, além da criação das zonas úmidas, como: ações para criação de Unidades de Conservação, potencialidades para financiamentos internacional, diretrizes e obrigações nacionais para impedir transformações das características do Sítio etc.

Fonte: Biodiversidade Costeira e Marinha Brasileira; IBAMA e Instituto Chico Mendes.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Livro Peixes Marinhos do Maranhão




A novidade do semestre é a volta dos esforços aplicados para elaboração do livro Peixes Marinhos do Maranhão que trará uma grande compilação de todos os trabalhos realizados no litoral maranhense em um único volume. Até o momento temos a posse de capítulos que abordam ictioplâncton, peixes recifais, peixes de intertidais, peixes estuarinos e uma breve revisão bibliográfica comentada. No entanto estamos a procura de parceiros que queiram contribuir com o projeto produzindo capítulos sobre dinâmica, pesca, sócio-economia, peixes de importância econômica e outros tópicos de interesse nesta área de estudo. O segundo passo será a busca de recursos e de entidades para parceria com intuito da publicação do livro. Qualquer dúvida enviem um e-mail para o administrador do blog: www.peixesdomaranhao.blogspot.com.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Exposição Recifes de Coral Brasileiros será mostrada em São Luís


O Ministério do Meio Ambiente (MMA), com apoio do IBAMA/MA e da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão promoverá, na primeira quinzena de setembro, a exposição Recifes de Coral Brasileiros em comemoração ao Ano Internacional dos Recifes de Coral.


Os recifes de coral constituem-se em importantes ecossistemas, altamente diversificados, considerados o mais diverso habitat marinho do mundo. O primeiro ano Internacional dos Recifes de Corais foi comemorado em 1997 com o objetivo de chamar a atenção para o aumento das ameaças e perdas de recifes de coral e ecossistemas associados, tais como manguezais e banco de algas. Passados dez anos, continua a necessidade urgente de se aumentar o conhecimento sobre os recifes e seus valores ecológicos, econômicos, sociais e culturais, bem como, sobre as ameaças críticas a esses ambientes, além de gerar ações urgentes e efetivas de conservação e uso sustentável, no âmbito regional e local. Dessa forma, a Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral (ICRI), designou o ano de 2008 como o Ano Internacional dos Recifes de Coral.


A mostra que será exibida em São Luís foi preparada pelo Núcleo da Zona Costeira e Marinha e Projeto Corredores Ecológicos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, em parceria com as organizações não governamentais SOS Mata Atlântica e Conservação Internacional. Com o objetivo de divulgar a diversidade e importância dos recifes de coral do Brasil e as ações em prol da conservação deste ambiente no país, a exposição já foi apresentada em Brasília, Fortaleza, São Paulo, Salvador, Aracaju e Maceió.


O Maranhão possui o maior banco de corais da América do Sul e marca o limite norte de distribuição dos corais formadores de recifes no Brasil. Para proteger essa riqueza foi criado, em 1991, o Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, localizado no litoral ocidental do Estado, correspondente ao município de Cururupu, a cerca de 100 milhas náuticas (ou 180 km) da capital, São Luís. Com extraordinária importância biológica, histórica (devido aos quase 200 navios que naufragaram na região), científica e econômica (pois os recifes são berçários de inúmeras espécies de peixes de importância econômica), o Parque foi reconhecido em 2000 como Zona Úmida de Importância Internacional (Sítio Ramsar), sendo a única região de corais brasileiros a receber este título.


A exposição estará aberta ao público, do dia 04 ao dia 12 de setembro, das 09 às 17:30 horas, no Núcleo de Educação Ambiental do Parque do Bom Menino, localizado à Av. Alexandre Moura, s/n, Centro. Uma equipe de monitores estará presente para acompanhar os visitantes e fornecer maiores informações sobre as características e a conservação dos recifes de coral.


Além da mostra sobre recifes de coral, os visitantes do Parque do Bom Menino poderão conhecer mais sobre a fauna maranhense na recém-inaugurada base do Centro de Mamíferos Aquáticos, que mantém a exposição “Protegendo os Mamíferos Aquáticos no Maranhão”.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Phylogenetic and ecological inference of three Halichoeres






Brevemente sairá publicado na revista Cybium da Sociedade Francesa de Ictiologia o artigo acima intitulado de Phylogenetic and ecological inference of three Halichoeres (Perciformes: Labridae) species through geometric morphometrics de autoria dos pesquisadores Jorge Luiz Silva Nunes, Nivaldo Magalhães Piorski & Maria Elisabeth de Araújo. Por enquanto fiquem com o resumo do artigo.



A study of geometric morphometrics was carried out based on 109 specimens of four Labridae species captured in north-eastern Brazil. The canonical variable analysis applied on the W Matrix discriminated the species, and the partial warps analysis located the morphological variations. According to analysis, the Halichoeres species constitute a monophyletic group, with H. poeyi as the sister-group of the clade H. brasiliensis + H. dimidiatus. The cladogram of these species was estimated using Bodianus rufus as outgroup. The Halichoeres species share shorter head lengths and deeper heads in relation to the outgroup. Within Halichoeres, the more basal taxon (H. poeyi) can be characterized by autapomorphies such as short snout and deeper head. In the clade H. brasiliensis + H. dimidiatus, the snout is longer and the caudal peduncle is deeper than in H. poeyi. The results obtained from the geometric morphometry are consistent with works of functional morphology and their applications for the testing of phylogenetic hypotheses are equally satisfactory. However, caution is necessary because the similarities in morphometric data can reflect non-homologous and convergent features due to ecological roles, without representing kinships.



Key words. - Labridae - Halichoeres - Geometric morphometrics - Phylogeny - Ecology.

Atividades do Ano Internacional dos Recifes de Coral 2008


A Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral designou 2008 como o Ano Internacional dos Recifes com o objetivo de se aumentar o conhecimento sobre a importância dos recifes de coral, bem como de se conservar e manejar esses valiosos ambientes e seus ecossistemas relacionados como manguezais e bancos de algas.


O Ministério do Meio Ambiente, contando com a parceria do IBAMA, Instituto Chico Mendes, instituições de pesquisa e ONGs, vem desenvolvendo uma série de ações e eventos visando divulgar a importância dos ambientes recifais brasileiros e o Ano Internacional.


O Projeto Coral Vivo, localizado em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro tem como objetivo contribuir para a conservação dos recifes de coral e propiciar a formação de agentes multiplicadores dos conhecimentos básicos sobre o ambiente recifal e despertar para a necessidade de ações que caminhem favoravelmente na busca da conservação e uso sustentável desses ambientes. No período de 17 a 22 de junho de 2008 será oferecido pelo Projeto o Curso de Educação Ambiental para Professores das Redes Pública Estadual e Municipais de Educação dos municípios costeiros do Extremo Sul da Bahia – BA (Santa Cruz de Cabrália, Porto Seguro, Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri - e seus Distritos) com a duração de 16 (dezesseis) horas, no Distrito de Arraial d’Ajuda – Porto Seguro-BA. Mais Informações:
www.coralvivo.org.br

Dando também continuidade as ações da Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais , desenvolvida pelo Núcleo da Zona Costeira e Marinha, será realizado no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha no dia 24 de junho de 2008 mais um Curso de Multiplicadores da Campanha. O objetivo é levar aos agentes ambientais, de turismo e de educação princípios de conduta de mínimo impacto a serem repassadas aos turistas quando em visita aos ambientes recifais. O curso terá a duração de um dia e contará com a parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Instituto Recifes Costeiros, responsável pelo Projeto de Monitoramento dos Recifes de Coral Brasileiros.



11th International Coral Reef Symposium


Arrume suas bagagens que o 11º Simpósio Internacional de Recifes de Coral está muito próximo. O ICRS acontecerá na cidade de Fort Lauderdale na Flórida e contará com as principais referências da área de recifes de corais.


Entre em contato com seu agente de turismo.

Maiores informações pelo site http://www.nova.edu/ncri/11icrs/

7th International Flatfish Symposium: The impact of environmental changes on flatfish productivity



Agende-se. Vem aí o Simpósio Internacional de linguados: Impactos das alterações ambientais na produtividade dos linguados. O evento será realizado na cidade de Sesimbra, Portugal entre os dias 2 e 7 de novembro de 2008.



7th International Flatfish Symposium: The impact of environmental changes on flatfish productivity

Sesimbra, Portugal 2nd - 7th November 2008

Thematic sessions and keynote speakers

• Impacts of climate change on flatfish populations
a) Patterns of change - David Sims (UK)
b) Processes - Nils Christian Stenseth (Norway)

• Impacts of habitat modifications on flatfishes
Jan Geert Hiddink (UK)

• Fisheries and aquaculture related impacts on flatfish stocks
Jeffrey Hutchings (Canada)

• Biodiversity and ecosystem functioning
J. Emmet Duffy (USA)
Henrik Gislason (Denmark)

• Ecosystem management
Timothy Essington (USA)
Workshops (optional)

• Flatfish systematics and ecology
Thomas Munroe (USA) & Juan Diaz de Astarloa (Argentina)


• Habitat mapping of flatfish populations
Olivier Le Pape (France)


• Modelling ecophysiology: fitting Ecophys.Fish to your species of interest
Bill Neill (USA) & John Miller (USA)

Abstract submission
Open until 31st May

http://www.flatfish2008.fc.ul.pt
7th IFS Secretariat
E-mail ff2008@fc.ul.pt
Webpage http://www.flatfish2008.fc.ul.pt
Phone + 351 21 750 08 26
Fax + 351 21 750 02 07



Steering Committee
Henrique Cabral

Adriaan Rijnsdorp
Josianne Støttrup

Henk van der Veer
Richard Nash

Yoh Yamashita

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Conheça a espécie Mustelus higmani (Springer & Lowe 1963).


A espécie M. higmani é caracterizada pelo focinho muito alongado; dentes deprimidos e pavimentosos, sem bordas cortantes; olhos grandes; espiráculos presentes; dentículos dérmicos com três pontas; a primeira nadadeira dorsal pouco maior que a segunda; dorsal; e a porção distal das nadadeiras peitoral e pélvica notoriamente côncava (Springer & Lowe 1963, Figueiredo 1977, Heemstra 1997, Leopold 2004). O padrão de colorido é marrom a cinza no dorso, enquanto seu ventre é claro (Figueiredo 1977, Leopold 2004), no entanto, alguns exemplares são amarelos em vida (Springer & Lowe 1963).


Mustelus higmani é uma espécie endêmica da América do Sul, ocorrendo desde o Golfo da Venezuela, passando por Curaçao e Trinidad, até a cidade de Santos, no Brasil (Figueiredo 1977, Heemsta 1997, Froese & Pauly 2005). De acordo com Cervigón (1966), as espécies M. higmani e M. norrisi, e provavelmente M. canis são simpátricas.


Para ler mais:

Cervigón, F. 1966. Los peces marinos de Venezuela. Vol.1. Estación de Investigación Marina. Fundación La Salle Ciencia Nat. Monografia, Margarita, 436p.

Figueiredo. J.L. 1977. Manual dos peixes marinhos do sudoeste do Brasil. Introdução: Cações, Raias e Quimeras. Museu de Zoologia da USP, São Paulo, 104p.

Froese, R. & Pauly, D. 2005. FishBase. World Electronic Database. Disponível em: http//www.fishbase.org. Acesso em 18/01/2006.

Heemstra, P.C. 1997. A review of the sooth-hound sharks (Genus Mustelus, Family Triakidae) of the Western Atlantic Ocean, with descriptions of two new species a new subspecie. Bulletin of Marine Science. 60 (3): 894-928.

Léopold, M. 2004. Guide des poisons de mer de Guyane. Ed. Ifremer, Cayena, 216p.

Springer, S. & Lowe, R. 1963. A new smooth dogshark, Mustelus higmani, from the Equatorial Atlantic coast of South America. Copeia. 1963: 245-251.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Nova espécie de raia pré-histórica é encontrada no Maranhão



Dois anos após a descoberta dos fósseis, pesquisadores do Maranhão confirmam o reconhecimento de uma nova espécie de animal pré-histórico. Uma forma de raia espadarte, animal marinho com cerca de dois metros de comprimento e alimentação provavelmente baseada em pequenos peixes, habitou o litoral do Maranhão há 95 milhões de anos. "Dentro de dois anos deveremos publicar o nome da nova espécie em artigo científico. O periódico ainda não está definido", explica Manuel Alfredo Araújo Medeiros, do departamento de biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

O pesquisador e a paleontóloga do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (CPHNAM), Agostinha Araújo Pereira, estudaram um conjunto de dentes encontrados na Ilha do Cajual, em Alcântara. À semelhança dos tubarões espadarte, a raia espadarte, grupo que existe até hoje, também possui um prolongamento frontal repleto de dentes, chamado rostrum, utilizado para vasculhar o fundo do mar à procura de alimento ou golpear e empalar pequenos peixes usados em sua dieta. Esta nova espécie de raia possui farpas nos dois lados dos dentes, o que é uma característica nova para as formas extintas. Essa diferença levantou a possibilidade, hoje confirmada, de se tratar de uma nova espécie.



O sítio fossilífero Laje do Coringa, na Ilha do Cajual (MA), é considerado um leito de ossos (bone-bed) de dinossauros e outros animais, com aproximadamente 95 milhões de anos. Ele foi localizado pelo geólogo Francisco Corrêa Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1994, e desde então, mais de 6 mil exemplares fósseis já foram coletados. Hoje, a Ilha do Cajual possui um dos maiores conjuntos de fósseis identificados do país, entre dinossauros, crocodilos, peixes, quelônios e plantas.

Com essas características, a Laje do Coringa é um depósito de fósseis que documentam a fauna de uma época pouco conhecida no Brasil. "A fauna da época, registrada no Maranhão, é muito parecida com a do norte africano da mesma época, o que corrobora a teoria de Deriva Continental, já aceita desde os anos 60", afirma Medeiros. "De acordo com esta teoria, os continentes sul-americano e africano estiveram unidos até meados da Era Mesozóica, sendo que estruturas geológicas e evidências fósseis são alguns dos elementos que explicam essa conformação".

A época registrada nos depósitos fossilíferos da Ilha do Cajual corresponde a um período em que os dois continentes já estavam separados, mas ainda muito próximos. No momento, os pesquisadores estão investigando a relação das diferentes espécies, gêneros e famílias no contexto geográfico da época - Período Cretáceo (Última etapa da Era Mesozóica). "Queremos relacionar a fauna cretácea do nordeste brasileiro com a de outras regiões do planeta da mesma época", explica ele.

Apesar do Maranhão ser um dos estados brasileiros com maior número de fósseis encontrados, segundo Medeiros, ainda há muitas espécies a serem identificadas e poucas pesquisas sendo realizadas. O pesquisador reclama da falta de apoio à pesquisa. "Burocracia e baixos investimentos são os principais problemas", diz ele. Atualmente, as pesquisas são realizadas em especial com recursos da Petrobras e da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), que concede bolsas de estudo.

Ainda na Ilha do Cajual, foram encontrados dentes e vértebras que podem pertencer a uma nova espécie de serpente. "O material foi recém-identificado e ainda faltam pelo menos uns três anos de pesquisa para se saber com mais certeza qual tipo de serpente seria", explica Medeiros. O material foi encontrado por Ronny Anderson Barros, bolsista da equipe de Medeiros, e deve ser tema da sua dissertação de mestrado.



Por: Por Marina Mezzacappa

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Boas conversas geram sempre bons trabalhos


A observação e a vivência de campo são indispensáveis para o biólogo compreender o ambiente. A minha área de trabalho é a praia, portanto algumas situações interessantes sempre são notadas.

Ultimamente conversando com outros amigos que compartilham a admiração e a área de trabalho falávamos sobre o comportameto sazonal de algumas espécies.

O primeiro a fazer parte da lista de fatos interessantes foi o paru branco, ou peixe enxada, Chaetodipterus faber. Em nossas experiências esta espécie recruta nas poças de marés, sendo muito comum encontrá-los muito diminutos. Além das poças, podem ser encontradas em pequenos canais adjacentes que se formam durante a maré enchente. Seu aspecto escuro é uma bela forma de camuflagem, parecidos a folhas marrons do manguezal. Sua posição de natação é bastante curiosa, na maioria das vezes ficam de ponta cabeça também sendo confundidos com outros materiais lavados pela maré.

Outro personagem é a espécie Anableps anableps, o vulgo tralhoto. Me lembro muito bem quando era garoto, quando frequentava à praia gostava de correr atrás deles na zona de espraiamento onde geralmente apareciam em grandes cardumes. Na praia do Araçagy, no mínimo fazem dois anos que se tornaram uma raridade. Pescadores corroboram esta observação. Contudo, tenho observado tralhotos em mediações da praia de São Marcos, e assim quando garoto arisco uma corrida!

Um visitante ilustre que se manteve ausente em todo estudo nas poças de marés e resolveu aparecer, foi o sargentinho Abudefduf saxatilis. Peixe típico de ambientes recifais já postado em edições anteriores do blog peixes do maranhão.

Enfim, é sempre bom estar com o olho na sardinha e no gato, para que sempre possamos entender nosso ambiente e seus sinais.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Vem aí o carnaval dos caranguejos, como também é conhecida a "andada" dos caranguejos


Defeso do caranguejo no Maranhão começa na próxima terça-feira


O Núcleo de Recursos Pesqueiros da Superintendência do Ibama no Maranhão informa que começa na próxima semana o defeso da “andada” do caranguejo-uçá em todo o Estado, de acordo com a determinação da Portaria n° 17, publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de janeiro de 2008. Nos períodos de 22 a 31 de janeiro, 20 a 29 de fevereiro e 22 a 31 de março de 2008, estão proibidos a captura, manutenção em cativeiro, transporte, beneficiamento, industrialização e comercialização da espécie de caranguejo Ucides cordatus, popularmente conhecida como caranguejo-uçá. O objetivo da medida é proteger a reprodução desses animais, que nessa época deixam suas galerias para se deslocar pelos manguezais para acasalamento e liberação de ovos.

O IBAMA/MA avisa que pessoas físicas ou jurídicas envolvidas com o extrativismo do caranguejo no estado do Maranhão devem fornecer ao órgão, até o último dia que antecede cada período de defeso de “andada”, a relação detalhada dos seus estoques de animais vivos, congelados, pré-cozidos, inteiros ou em partes. O transporte e a comercialização de caranguejos deverão estar acompanhados, desde a sua origem até seu destino final, de Guia de Autorização de Transporte e Comércio.

Feita a declaração de estoque, os animais vivos só poderão ser comercializados até o segundo dia de início de cada período de “andada”. O produto oriundo da captura que for apreendido pela fiscalização, quando vivo, deverá ser devolvido preferencialmente ao seu habitat natural. Se mortos, serão doados a entidades assistenciais. Aos infratores serão aplicadas penalidades previstas na Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), e no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999. A multa mínima é de R$ 700 com acréscimo de R$ 10 por quilo, a máxima chega a R$ 100 mil.

Durante as três semanas do defeso em 2007, a última grande apreensão de caranguejos feita no estado do Maranhão foi próxima ao município de Peritoró, a Polícia Rodoviária Federal apanhou 20 mil caranguejos em um caminhão vindo do município de São João Batista e acionou o Ibama. Constatou-se que o veículo era de Aracaju (SE) e havia quinze anos repetia o ato de retirar caranguejos do estado. Durante os períodos de defeso, as equipes de fiscalização do Ibama/MA percorrem os diversos pontos onde tradicionalmente se pratica a venda do caranguejo.

Característica da espécie - O Ucides cordatus vive em manguezais. Durante a maré alta, estes animais permanecem na toca e, quando a maré baixa, saem em busca de alimento. Eles realizam uma "andada" para reprodução que geralmente ocorre nos meses de dezembro a março, e uma para muda, entre setembro e novembro. Os machos desta espécie podem alcançar cerca de 70 e 89 mm de comprimento e largura da carapaça, respectivamente, e as fêmeas 54,5 e 65 mm .

O caranguejo-uçá fica adulto entre o 3º e 4º ano de vida e se alimenta principalmente de fungos que crescem nas folhas de mangue, após estas serem transportadas para o interior das tocas. Os caranguejos são importantes para a cadeia alimentar do manguezal. Ao se alimentarem, eles picam e trituram as folhas maduras caídas, permitindo que animais menores se alimentem também.


Fonte: IBAMA

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Todos cantam a sua Terra, eu também vou cantar a minha...























O estado do Maranhão pode ser considerado um Brasil de diversidades naturais, onde encontramos dunas, restingas, recifes, floresta tropical, campos, cerrados, caatingas, manguezais entre outros biomas. Em 2007 muitos lugares magníficos foram visitados e torço que em 2008 continue assim.

Em homenagem as belezas do Maranhão postaremos a letra da música de João do Vale e Julinho eternizada bela voz marcante de Alcione: Todos cantam sua Terra.

Todos Cantam Sua Terra
Composição: João do Vale / Julinho



Todo mundo canta sua terra
Eu também vou cantar a minha
Modéstia à parte seu moço
Minha terra é uma belezinha
A praia de olho d’água
Lençóis e Aracagi
Praias bonitas assim
Eu juro que nunca vi
Minha terra tem beleza
Que em versos não sei dizer
Mesmo porque não tem graça
Só se vendo pode crer
Acho bonito até
O jornaleiro a gritar imparcial
Diário
Olha o Globo
Jornal do povo descobriu outro roubo
E os meninos que vendem derrê sol a cantar
Derrê sol derrê ê ê ê ê ê ê sol
E fruta lá tem: juçaraAbricó e buriti
Tem tanja, mangaba e manga
E a gostosa sapoti
E o caboclo da maioba
Vendendo bacuri
Tinha tanta coisa pra falar
Quando estava fazendo esse baião
Que quase me esqueço de dizer
Que essa terra é tão linda é o Maranhão
Ô Maranha, ô Maranhão.