quinta-feira, 19 de julho de 2007

Etnoictiologia no Maranhão





Muito das informações que perfazem o conhecimento universal sobre o ambiente provém processos de aprendizagem ou experiências sobre o seu próprio manejo. Desta forma, estratégias desenvolvidas que estabelecem relações de parcerias entre pesquisadores e comunidades podem incrementar a alimentação do conhecimento entre ambos, garantindo assim conservação e preservação do recurso biológico, subsídios culturais e tecnológicos além do desenvolvimento de alternativas sustentáveis.

No contexto desta interação surge a etnoecologia, parte integrante do universo maior do entoconhecimento, funcionando como uma ferramenta de preservação, sensibilização, conscientização e aperfeiçoamento do manejo ambiental.

No advento desta tendência compartilhada de conhecimento alguns trabalhos têm sido realizados no estado do Maranhão com o intuito de diagnosticar algumas alterações ambientais a partir de indicadores e tensores ambientais apontados através do conhecimento popular tradicional.

Outro estudo realizado com indígenas do Maranhão pontua as interações de atividades no campo do entoconhecimento, destacando as principais espécies de peixes de água doce capturadas, atividades de pesca, conservação e preparação. Na ocasião foram listadas 36 espécies pertencentes a seis ordens e 17 famílias. As artes de pesca que sobressaíram foram arco e flecha, anzóis e a utilização da raiz de timbó.

Futuramente estaremos levantando informações sobre a etnoictiologia no rio Munim, tributário muito importante para o estado do Maranhão que apresenta sinais notórios de comprometimento ambiental, como: desmatamento, bioinvasão, erosão, extrativismo mineral e especulação agrícola.
Para ler mais:

Almeida, I.C.S. 2005. Indicadores e tensores ambientais nos ambientes aquáticos da região lacustre de Penalva, APA da baixada maranhense. Monografia (Graduação em Ciências Aquáticas) UFMA, São Luís – MA. 71p.

Piorski, N.M.; Castro, A.C.L. & Pinheiro, C.U.B. 2003. A prática da pesca entre grupos indígenas das bacias dos rios Pindaré e Turiaçu, no estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 16: 67-74.

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