A
estruturação das assembleias de peixes é constituída por inúmeras interações
ecológicas, uma das formas de compreender as relações entre as comunidades de
peixes são os estudos sobre alimentação, pois permitem identificar diferentes
aspectos da ecologia tróficos, bem como as inter-relações entre os componentes
de toda a biocenose. Grande parte do conhecimento sobre estratégia alimentar
dos peixes baseia-se na avaliação do conteúdo estomacal. Entretanto a prática
de observações subaquáticas tem ganhado destaque, pois permite compreender o
comportamento alimentar de inúmeras espécies de peixes em ambiente natural. O
presente estudo teve como objetivo observar e descrever o comportamento
alimentar de três espécies de teleósteos, Crenicichla
menezesi (Ploeg,1991) um predador bentopelágico que consome pequenos peixes
e crustáceos, Pygocentrus nattereri
(Kner, 1858) possuidor de hábito alimentar onívoro consumindo diversos
invertebrados, material vegetal e peixes de pequeno porte, praticando em alguns
casos o canibalismo, e Leporinus piau (Flowler, 1941) que
possui hábito alimentar onívoro. Os espécimes foram mantidos em aquários
separados durante o período de observação, o manejo alimentar foi dividido em
dois estágios: 1- oferta de alimento, constando da introdução de alimento vivo no
aquário e 2- supressão do alimento que constou de um intervalo de três
dias de jejum, sendo o item alimentar utilizados pequenos peixes do gênero Astyanax. O registro das táticas de
captura foi realizado através de fotografias e desenhos. Para a espécie C. menezesi foram registrados dois tipos
básicos de comportamento: A- busca intensiva e captura da presa, e B- espreita
e captura da presa. P. nattereri demonstrou
apenas uma estratégia de captura caracterizada por busca ativa e investida
rápida do predador em direção as presas ingerindo-as inteiras ou através de
mordidas. O comportamento da espécie L.
piau foi caracterizado por procura ativa, aproximação rápida e captura das
presas através de mordidas que dilaceravam a presa em pequenos pedaços. Ainda
para L. piau foi registrado o hábito
necrófago no qual o predador consumia os olhos e/ou partes da musculatura do
pedúnculo caudal de presas mortas. A partir do presente estudo é possível
concluir que as adaptações morfológicas bem como as diferentes estratégias do comportamento
alimentar dos teleósteos permitem que estes organismos possam utilizar os
mesmos recursos apesar de possuírem hábitos alimentares diferenciados.
POR:
Maura
Sousa Costa
Nivaldo
Magalhães Piorski
Jorge
Luis Silva Nunes
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