Gildevan Nolasco Lopes
Orientador: Nivaldo Magalhães Piorski
Graduação em Ciências Biológicas – Universidade Federal do Maranhão
Ano de defesa: 2007
As espécies Ariopsis bonillai e Sciades herzbergii estão entre as espécies de peixes da família Ariidae de maior freqüência nos estuários maranhenses, porém estudos biológicos de qualquer natureza, utilizando amostras de populações desta região, são escassos. Diante disso, o presente estudo analisa as relações entre a dieta e as características morfológicas destas duas espécies, comparando a eficiência de duas técnicas morfométricas para obtenção e descrição de dados ecomorfológicos. As técnicas utilizadas (índices morfológicos e redes de treliça) foram aplicadas sobre uma amostra de 35 exemplares de cada espécie. As matrizes de dados geradas forma submetidas separadamente à Análise de Componentes Principais. Ambas as técnicas de descrição morfológica identificaram diferenças morfológicas entre os grupos. Os índices ecomorfológicos com maior peso para A. bonillai foram o índice de compressão, a altura relativa do corpo e a configuração da boca. Em S. herzbergii foram maiores os índices da configuração da nadadeira caudal, comprimento relativo do pedúnculo caudal e posição relativa do olho. A rede de treliça atribuiu um maior alongamento horizontal do meio do corpo para S. herzbergii e maior nadadeira anal, maior altura do pedúnculo caudal, e altura do corpo para A. bonillai. A análise da dieta, realizada em uma amostra de 65 indivíduos de S. herzbergii e 55 de A. bonillai, indicaram que as espécies são generalistas apresentando preferência alimentar por determinados ítens. Material vegetal e poliquetas foram os ítens mais consumidos por A. bonillai, sendo que decápodes e peixes por S. herzbergii. A análise combinada dos dados da dieta e da morfologia indicaram que S. herzbergii é uma espécie que ocupa a porção inferior da coluna d’água, relacioando-se ao consumo de ítens bentônicos como decápodas e ítens grandes como peixes. Em A. bonillai as estruturas evidenciam o consumo de ítens em diferentes profundidades na coluna d’água e através da sucção, tais como poliquetas e ítens pequenos (microcrustáceos, insetos e larvas). As duas técnicas permitiram relacionar a dieta à morfologia, sendo os índice mais informativos. Entretanto, recomenda-se o uso de ambas as técnicas, pois a rede de treliça pode identificar estruturas importantes para ecologia das espécies que não poderiam ser observadas pelos índices morfológicos.
Palavras-chaves: Ecomorfologia, Ariidae, dieta.
Um comentário:
Olá, você teria uma cópia digital da sua monografia?
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