sábado, 6 de abril de 2013

DESCRIÇÃO DA ARTE DE PESCA “MOITA” PRATICADA POR COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MÉDIO RIO MUNIM, MARANHÃO, BRASIL


A pesca artesanal é considerada aquela na qual o pescador participa diretamente da captura dos peixes, estando sozinho ou em grupo, sendo que essa modalidade de pesca muitas vezes possui caráter predatório devido a diferentes artes de pesca utilizadas. A pesca predatória muitas vezes é exercida com fins comerciais bem como de lazer, sendo condenada pela legislação pesqueira, devido a retirar-se do ambiente mais do que o necessário, promovendo a extinção de diversas espécies de peixes. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo descrever a arte de pesca conhecida como “moita”, praticada por pescadores no município de Chapadinha, que se utiliza da relação existente entre a ictiofauna e os substratos vegetais presentes no rio para capturar uma ampla quantidade e variedade de espécies. As informações sobre a arte de pesca foram obtidas através de observações diretas de uma destas armadilhas encontrada em um trecho do rio Munim, assim como por meio de conversas informais com os pescadores de povoados, Cedro e Poções, durante visitas realizadas aos mesmos entre os anos de 2010 e 2011. A partir das informações foi possível determinar como a armadilha é montada, seus principais aspectos estruturais e finalidades, além de importantes informações a cerca da relação da pesca com a tradição das comunidades ribeirinhas e destas com o meio ambiente. Foi possível conhecer a “festa da moita”, momento da retirada da armadilha, quando ocorre a reunião dos pescadores e a divisão do pescado capturado, sendo que essa festa apresenta características distintas as quais dependem dos costumes de cada comunidade. Dessa forma, conclui-se que a utilização da “moita” possui tanto aspectos positivos por promover uma captura em grande quantidade favorecendo a pesca para as comunidades, quanto aspectos negativos do ponto de vista ecológico, pois afeta tanto a vegetação ciliar, assoreia o leito do rio e quanto à comunidade íctica promove uma diminuição tanto de exemplares em idade reprodutiva quanto os juvenis capturados durante a “festa da moita”. Outro aspecto negativo observado pelo somatório dos impactos é perda da diversidade de microhabitáts pela uniformização da paisagem. Por fim, as informações sobre essa modalidade de pesca é de grande importância para a conscientização de pescadores sobre a conservação do ambiente, bem como por conhecer a existência de diferentes práticas pesqueiras utilizadas em pequenas comunidades ribeirinhas do Maranhão.

 

Palavras-chave: Pesca predatória, moita, arte de pesca.

POR:

Maria Francisca R. Ribeiro
Maura S. Costa
Jakeline A. Carneiro
Maurilene S. Costa
 Nivaldo M. Piorski
Jorge L. S. Nunes

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