A pesca artesanal é
considerada aquela na qual o pescador participa diretamente da captura dos
peixes, estando sozinho ou em grupo, sendo que essa modalidade de pesca muitas
vezes possui caráter predatório devido a diferentes artes de pesca utilizadas.
A pesca predatória muitas vezes é exercida com fins comerciais bem como de
lazer, sendo condenada pela legislação pesqueira, devido a retirar-se do
ambiente mais do que o necessário, promovendo a extinção de diversas espécies
de peixes. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo descrever a arte
de pesca conhecida como “moita”, praticada por pescadores no município de Chapadinha,
que se utiliza da relação existente entre a ictiofauna e os substratos vegetais
presentes no rio para capturar uma ampla quantidade e variedade de espécies. As
informações sobre a arte de pesca foram obtidas através de observações diretas
de uma destas armadilhas encontrada em um trecho do rio Munim, assim como por
meio de conversas informais com os pescadores de povoados, Cedro e Poções,
durante visitas realizadas aos mesmos entre os anos de 2010 e 2011. A partir
das informações foi possível determinar como a armadilha é montada, seus
principais aspectos estruturais e finalidades, além de importantes informações
a cerca da relação da pesca com a tradição das comunidades ribeirinhas e destas
com o meio ambiente. Foi possível conhecer a “festa da moita”, momento da
retirada da armadilha, quando ocorre a reunião dos pescadores e a divisão do
pescado capturado, sendo que essa festa apresenta características distintas as
quais dependem dos costumes de cada comunidade. Dessa forma, conclui-se que a utilização
da “moita” possui tanto aspectos positivos por promover uma captura em grande
quantidade favorecendo a pesca para as comunidades, quanto aspectos negativos
do ponto de vista ecológico, pois afeta tanto a vegetação ciliar, assoreia o
leito do rio e quanto à comunidade íctica promove uma diminuição tanto de
exemplares em idade reprodutiva quanto os juvenis capturados durante a “festa
da moita”. Outro aspecto negativo observado pelo somatório dos impactos é perda
da diversidade de microhabitáts pela uniformização da paisagem. Por fim, as
informações sobre essa modalidade de pesca é de grande importância para a
conscientização de pescadores sobre a conservação do ambiente, bem como por conhecer
a existência de diferentes práticas pesqueiras utilizadas em pequenas
comunidades ribeirinhas do Maranhão.
Palavras-chave: Pesca predatória, moita,
arte de pesca.
POR:
Maria
Francisca R. Ribeiro
Maura S. Costa
Jakeline A.
Carneiro
Maurilene S. Costa
Nivaldo M. Piorski
Jorge L. S. Nunes
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