sábado, 6 de abril de 2013

ECOMORFOLOGIA DOS PEIXES DO RIO MUNIM, MARANHÃO - BRASIL

A ecomorfologia fundamenta-se na idéia que as diferenças morfológicas observadas entre as espécies estão associadas à ação das diferentes pressões ambientais e biológicas às quais estão sujeitos os indivíduos. Essas diferenças podem ser estudadas através do emprego de índices morfo-biométricos denominados atributos ecomorfológicos, que correspondem aos padrões que expressam características do indivíduo em relação ao seu
meio e podem ser interpretados como indicadores de hábitos de vida ou de adaptações das espécies à ocupação de diferentes habitats. Assim, variações morfológicas entre as espécies refletem, ao menos em parte, o uso diferenciado de recursos, implicando ecologias diferentes, ou constituindo uma correlação entre similaridade morfológica e ecológica. Todos os exemplares foram medidos morfometricamente seus valores transformados em atributos ecomorfológicos. Matrizes combinadas entre espécies e atributos com valores individuais e valores médios, foram submetidas à Análise de Componentes Principais. Os atributos que influenciaram o primeiro eixo foram Índice de Achatamento Ventral, Índice de Compressão do Pedúnculo Caudal e Configuração da Nadadeira Peitoral totalizando 42,14% da variação explicada. Por outro lado, no segundo eixo os atributos ecomorfológicos Posição Relativa dos Olhos, Comprimento Relativo da Cabeça e Largura Relativa da Boca com 14,49% da variação. Os resultados da análise dos valores individuais apresentaram grande sobreposição para as espécies. Os padrões ecomorfológicos encontrados refletiram suas diferenças nos atributos associados à exploração de recursos alimentares e ocupação das espécies na coluna d’agua. Portanto, a utilização de estudos de ecomorfologia de uma comunidade de peixes permite estabelecer a conexão entre a forma e o desempenho, revelando um ajuste a uma determinada dimensão do nicho ecológico, além de permitir conjecturas acerca da distribuição no ambiente ou diferenciando os grupos tróficos.
POR:
 
Diego Sousa Campos
Luiz Phelipe Nunes e Silva
Nivaldo Magalhães Piorski
Jorge Luiz Silva Nunes
Fonte financiadora: Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

Nenhum comentário: