sábado, 6 de abril de 2013

TÁTICAS DE CAPTURA DE ALIMENTO ADOTADAS POR TRÊS ESPÉCIES DE TELEÓSTEOS DE ÁGUA DOCE DO RIO MUNIM, MARANHÃO, BRASIL.


A estruturação das assembleias de peixes é constituída por inúmeras interações ecológicas, uma das formas de compreender as relações entre as comunidades de peixes são os estudos sobre alimentação, pois permitem identificar diferentes aspectos da ecologia tróficos, bem como as inter-relações entre os componentes de toda a biocenose. Grande parte do conhecimento sobre estratégia alimentar dos peixes baseia-se na avaliação do conteúdo estomacal. Entretanto a prática de observações subaquáticas tem ganhado destaque, pois permite compreender o comportamento alimentar de inúmeras espécies de peixes em ambiente natural. O presente estudo teve como objetivo observar e descrever o comportamento alimentar de três espécies de teleósteos, Crenicichla menezesi (Ploeg,1991) um predador bentopelágico que consome pequenos peixes e crustáceos, Pygocentrus nattereri (Kner, 1858) possuidor de hábito alimentar onívoro consumindo diversos invertebrados, material vegetal e peixes de pequeno porte, praticando em alguns casos o canibalismo, e  Leporinus piau (Flowler, 1941) que possui hábito alimentar onívoro. Os espécimes foram mantidos em aquários separados durante o período de observação, o manejo alimentar foi dividido em dois estágios: 1- oferta de alimento, constando da introdução de alimento vivo no aquário e 2- supressão do alimento que constou de um intervalo de três dias de jejum, sendo o item alimentar utilizados pequenos peixes do gênero Astyanax. O registro das táticas de captura foi realizado através de fotografias e desenhos. Para a espécie C. menezesi foram registrados dois tipos básicos de comportamento: A- busca intensiva e captura da presa, e B- espreita e captura da presa. P. nattereri demonstrou apenas uma estratégia de captura caracterizada por busca ativa e investida rápida do predador em direção as presas ingerindo-as inteiras ou através de mordidas. O comportamento da espécie L. piau foi caracterizado por procura ativa, aproximação rápida e captura das presas através de mordidas que dilaceravam a presa em pequenos pedaços. Ainda para L. piau foi registrado o hábito necrófago no qual o predador consumia os olhos e/ou partes da musculatura do pedúnculo caudal de presas mortas. A partir do presente estudo é possível concluir que as adaptações morfológicas bem como as diferentes estratégias do comportamento alimentar dos teleósteos permitem que estes organismos possam utilizar os mesmos recursos apesar de possuírem hábitos alimentares diferenciados.
 
POR:
Maura Sousa Costa
Nivaldo Magalhães Piorski
Jorge Luis Silva Nunes

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